DETECTADA PRIMEIRA IMAGEM DE ECO DE RAIOS X
Uma explosão massiva proporcionou uma observação única até à data.

O satélite de raios-X "XMM Newton" da Agência Espacial Europeia
(ESA) conseguiu obter a imagem de um eco cósmico distante. Vistos
como anéis concentricos a rodearem uma explosão violenta, os ecos
cósmicos têm sido avistados em luz visível à volta de uma pequena
quantidade de supernovas mas esta é a primeira vez que foram vistos
nos comprimentos de onda que correspondem aos raios-X.

Ver figura em:
http://astronomy.com/photogallery/gallery_large.asp?idObjectLibraryGUID={51CF4D92-B1BF-43BE-AC5C-7F83E383C5E9}

O eco foi originado numa região do espaço que rodeia uma explosão
de raios gama (ERG), o que fez com que as núvens de gás e poeiras
próximos dentro da via Láctea brilhassem nos comprimentos de onda
correspondentes aos raios-X. Á medida que se observava o
desenrolar do evento, parecia que um conjunto de anéis se estava a
expandir 1000 vezes mais depressa que a velocidade da luz.

Este efeito, chamado de "eco", não é uma violação da Teoria da
Relatividade de Einstein, que diz que a velocidade da luz não pode
ser ultrapassada. Na realidade o eco foi causado pelo modo como a
radiação da ERG interagia com o material interestelar.

A detecção deste eco evidencia a importância de toda uma nova
abordagem a nível de investigação, com uma nova obrigação para os
astrónomos. A 3 de Dezembro de 2003, o satélite International
Gamma-Ray Astrophysics Laboratory (Integral), também operado pela
ESA, detectou uma explosão de raios gama de 30 segundos originados
num ponto da constelação Puppis (a Popa). Em 90 minutos, o
Integral enviou um alerta via internet e poucas horas depois, o
XMM-Newton estava alinhado de modo a captar a imagem do
remanescente da ERG.

O XMM-Newton formou a imagem da progressivamente enfraquecida
radiação de raios-X e encontrou dois anéis de material iluminado
pelos mesmos. Estes anéis captaram a atenção dos astrónomos. Um
dos astrónomos comparou esta situação com um grito numa catedral:
a explosão dos raios gama é mais intensa mas a reverberação
galáctica vista nos anéis é muito mais bela.

Vemos vários anéis pois o material interestelar no qual eles foram
criados se encontra disposto em 2 camadas: uma a 2900 anos-luz da
Terra (o anel mais largo) e a outra a 4500 anos-luz. Estas
distâncias podem ser determinadas com grande precisão pois tanto o
tamanho dos anéis em expansão como a velocidade a que os raios-X
viajam no espaço é conhecida.