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O enxame aberto de estrelas designado por M11 (catálogo de Messier no ano 1764, ou NGC 6705 noutro catálogo) é um dos exemplos com maior quantidade e densidade espacial, tornando-o óptimo para observação com pequenos telescópios pois a profusão densa de estrelas brilhantes, num céu escuro, fascina a observação visual. Encontra-se no céu na constelação do Escudo de Sobieski (Scutum do Latim). Apesar das estrelas mais massivas já terem explodido, ainda se observam muitas estrelas quentes (cor azul ou branca) além de uma boa colecção de estrelas gigantes amarelas e vermelhas.

Existem nele cerca de 2900 estrelas que se destacam da miríade que cobre o céu nesta região. As mais de 500 estrelas com brilho superior a V=14 concentradas numa pequena área (≈14′ minutos de arco), fariam com que ao habitar no centro do M11 o céu local apresentasse várias centenas de estrelas de primeira magnitude.

É um grupo relativamente novo, calculado em 220 milhões de anos (0,5% da idade do sol), composição atómica tipicamente solar e situa-se a 1877 parsec de distância, no plano do disco e direcção do centro galáctico, afastando-se a 22 km/s devido à rotação diferencial da Via Láctea. No disco galáctico encontram-se as nuvens moleculares gigantes (NMG), como a do Orionte (M42), e no colapso gravitacional das zonas mais densas numa NMG formam-se grupos com centenas ou milhares de estrelas com a mesma idade e composição atómica. Por isso há muitos milhares de enxames estelares abertos espalhados pela Via Láctea.

A imagem é a composição de 10 fotos obtidas com um dos telescópios do OAL no Centro Ciência Viva do Lousal: um Ritchey-Chrétien de 10” de diâmetro com uma Canon EOS 60Da, num total de 140 s de pose que fez atingir estrelas de magnitude V=18.