Passou o verão e com ele a época de férias em que mais gente tem a oportunidade de olhar para o céu nocturno, longe das luzes das cidades, e admirar a beleza desse manto estrelado que embora variando de dia para dia possui para nós humanos a essência da eternidade.
Ultimamente têm-se multiplicado as iniciativas de divulgação da Astronomia, trazendo um pouco o céu à Terra. Estas iniciativas revestem-se de grande importância permitindo despertar e manter vivo o interesse da população pela Ciência, apelando para o fascínio natural do ser humano pelo Universo e pelo Espaço sideral. Muito adequadamente, são levadas a cabo com o apoio dos astrónomos amadores cujo papel é de grande valor neste campo.
Estas iniciativas divulgam a Ciência. Contudo, há também que criar Ciência, e esta tarefa é realizada pelos investigadores nos seus laboratórios, institutos, e observatórios de investigação, se lhes são concedidas as condições para esse trabalho.
Para haver ciência para divulgar, há também que investir, prestigiar, incentivar a criação dessa Ciência. Ou correremos o risco de não tomar nunca parte activa na tarefa nobre de alargar os conhecimentos do Homem, limitando-nos a falar do que "os outros" fazem e descobrem.
O trabalho dos investigadores que se dedicam à criação de ciência de boa qualidade é uma tarefa que tem de ser mais acarinhada e valorizada. Caso contrário estaremos como que a distribuir os frutos de uma árvore que não regamos e da qual conhecemos apenas o exterior.
Possa a visão dos respectivos responsáveis levar ao seu empenhamento e dedicação tanto pela divulgação como pela criação da Ciência. Só assim a população terá razões para lhes poder ficar realmente grata.