Uma equipa de astrónomos descobriu que uma das estrelas mais massivas da nossa galáxia pode afinal ser dupla.
Nenhuma estrela tem tantas credenciais como a Eta Carinae. Com aproximadamente 100 vezes a massa do Sol, é 4 milhões de vezes mais brilhante que este, o que a torna a estrela mais luminosa da região da galáxia onde habitamos. À cerca de 150 anos, esta estrela sofreu uma gigantesca explosão, na qual ejectou várias vezes o equivalente à massa do Sol em gás a mais de 1.000 Km/s. No entanto a estrela sobreviveu, tendo a explosão dado origem a uma nebulosa bipolar.
Há alguns anos que se sabe que o espectro desta estrela sofre variações de tempos a tempos (caracterizadas pela diminuição de intensidade de algumas riscas espectrais). Mas só em 1996 o astrónomo Augusto Damineli (Universidade de São Paulo) descobriu que estas variações são periódicas, repetindo-se cada 5,5 anos. Esta periodicidade leva a pensar que esta estrela pode ter uma companheira, já que este período é muito superior ao período natural de pulsação de uma estrela deste tipo (uma Gigante azul).
Recentes observações reforçam agora a hipótese da Eta Carinae ser uma estrela dupla. Utilizando o satélite Rossi X-Ray Timing Explorer, uma equipa de astrónomos liderada por Michael Corcoran (Universities Space Research Association) seguiu o comportamento da estrela durante os últimos 2 anos. Verificaram então que a emissão de Raios-X aumentou gradualmente, para ter de seguida uma brusca diminuição. Esta observação deu-se na altura em que se esperava observar a já conhecida diminuição de intensidade das riscas espectrais, o que vem de encontro ao modelo segundo o qual a Eta Carinae é uma estrela dupla. Segundo este, as duas estrelas têm aproximadamente 70 vezes a massa do Sol, orbitando em torno uma da outra numa órbita bastante excêntrica, na qual a separação média entre as duas estrelas é de aproximadamente 15 Unidades Astronómicas. Quando as estrelas se aproximam, os seus ventos estelares interagem violentamente, formando uma onda de choque que aquece o gás (até 60 milhões de graus Kelvin), que emite grandes quantidades de Raios-X. Ao mesmo tempo, quando uma das estrelas passa perto da outra, bloqueia parte da radiaçãoUltra-violeta que incide no gás. Tal poderá explicar a diminuiçãode intensidade de algumas das riscas espectrais observadas.
Esta descoberta ajudou a desvendar um dos mistérios desta gigante. No entanto, outros permanecem por explicar, como a presença de um segundo período de 85 dias na intensidade da emissão de Raios-X.
Recentes observações do cometa Hale-Bopp sugerem que este se terá formado relativamente perto do Sol, antes de ser "expulso" para a nuvem de Oort.
Os cometas são verdadeiras relíquias do tempo em que se formou o Sol, tendo o seu material permanecido práticamente imutável desde essa altura. Constituem assim alvos de grande interesse, podendo fornecer-nos pistas sobre a formação do nosso Sistema Solar. Recentemente, a partir de observações do cometa Hale-Bopp em radiaçãoultra-violeta, os astrónomos obtiveram evidências que sugerem que o cometa Hale-Bopp se formou realmente dentro do Sistema Solar. Novas observações, agora em comprimentos de onda do milímetro, ajudaram a confirmar a ideia. As observações permitiram calcular os quocientes isotópicos de alguns elementos presentes no cometa (carbono, azoto e enxofre). Segundo o astrónomo David Jewitt (Universidade do Hawai), os resultados obtidos parecem indicar que não existem resíduos de material interestelar no cometa, donde se conclui que este teve origem no Sistema Solar. Este cenário contrasta com o observado no cometa Hyakutake, no qual foram encontradas evidências de material interestelar, o que indica uma origem extrasolar para este cometa.
NMS