Todavia, com tal afastamento de terra, os pilotos deixavam de saber a posição em que o navio se encontrava, dado que não podiam usar as referências que eram indispensáveis para determinar o ponto do navio.
o matemático Pedro Nunes
A solução encontrada foi recorrer aos astros, primeiro à estrela Polar, depois ao Sol pois assim conseguiam calcular, com uma certa precisão, a latitude a que o navio se encontrava, a qual, cruzada com uma longitude estimada permitia fazer a navegação com alguma segurança.
Para o efeito foram desenvolvidos métodos de navegação e instrumentos náuticos.
Uma das preocupações dos fabricantes destes instrumentos foi dividi-los rigorosamente. Outra, foi conseguir um processo de ler as fracções da mais pequena divisão das escalas. Neste aspecto não pode ser esquecido o matemático Pedro Nunes que concebeu um dispositivo que ficou conhecido com o nome de nónio. Até recentemente, conheciam-se apenas referências a dois quadrantes dispondo de nónio, que não chegaram até aos nossos dias, mas cujos desenhos foram gravados na Astronimiae Instauratae Mechanica, do astrónomo Tycho Brahe, publicada em 1598, uma obra que faz este ano quatro séculos de existência.
Quadrante ( Museu do Obs. Astronómico de Coimbra)
Todavia, por feliz acaso, constatamos que no Museu de História da Ciência de Florença, existe um quadrante fabricado por James Kynuyn, cerca de 1595, que julgamos ser o único instrumento dispondo do nónio de Pedro Nunes.
Comandante A. Estácio dos Reis