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(Palestra do Mês)

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Planetas em formação.

Utilizando o telescópio Keck II, no Hawaii, e o telescópio de 4m de CTIO (no Chile), duas equipas de astrónomos norte-americanos descobriram simultaneamente o que parece ser um sistema solar em formação.

Um dos grandes temas da astronomia actual é a procura de planetas em torno de outras estrelas. Depois da descoberta de um planeta em torno da estrela 51 Peg por uma equipa liderado pelo Dr. Michel Mayor (Observatório de Genebra), o número de planetas extrasolares conhecidos rápidamente aumentou, elevando-se nesta altura a cerca de uma dezena. Mas a descoberta de planetas em torno de estrelas adultas não é suficiente para desvendar um outro mistério: "como nascem os planetas?".

Hoje em dia pensa-se que os planetas se formam a partir de discos de gás e poeira em torno de estrelas jovens. Mas só agora esta teoria parece ter encontrado bases observacionais. Imagens de infra-vermelho recentemente obtidas da estrela HR4796, uma estrela do tipo do Sol que se encontra a cerca de 220 anos-luz (70 parsec) da Terra, mostraram que esta possui um disco de poeira em seu torno. Mas a grande novidade desta descoberta prende-se com outro facto: este disco, que se extende por cerca de 200 Unidades Astronómicas - UA - (uma unidade astronómica mede a distância média do Sol à Terra), possui um "buraco" na sua região central (nas primeiras 100 UA). Esta região vazia parece indicar que o material aí existente condensou, dando origem a planetas.

Imagem da estrela HR4790 obtida pelo Telescópio Keck II no comprimento de onda de 21 micrometro.

Segundo os astrónomos, esta descoberta representa o elo de ligação entre a formação de um disco em torno de uma estrela jovem e a formação de planetas a partir do material desse disco. Estamos pela primeira vez a observar a imagem de uma estrela adulta a formar o seu próprio sistema planetário.

Esta descoberta dá-nos mais uma pista no sentido de mostrar que os planetas extra-solares podem ser comuns. Isso levanta desde logo uma questão apaixonante: "existirá vida noutros planetas?"


Explosão de raios-gama.

As explosões de raios-gama são misteriosos flashes de radiaçãode alta energia (radiaçãogama) que aparecem no céu de direcçõesperfeitamente aleatórias. Desde que foram descobertas (na década de 60), estes fenómenos desafiam a astronomia. A sua distribuição uniforme no céu parece indicar que devem ter origem em regiões longínquas do universo. No entanto, e embora várias teorias tenham já sido propostas, nenhuma até hoje foi capaz de explicar a origem destas misteriosas explosões.

Agora, uma explosão recentemente detectada adensou ainda mais o mistério, e deixou os astrónomos perplexos. Esta foi detectada pelo satélite de raios-gama BeppoSAX, sendo de seguida observada noutros comprimentos de onda com o auxílio de vários telescópios. Em particular, observações com o telescópio Keck II (no Hawaii) mostraram que a radiação proveniente desta explosão provinha da direcçãode uma galáxia extremamente longínqua, a cerca de 12 mil milhões de anos luz de distância. Tendo em conta esta distância e o brilho da explosão (detectado pelo BeppoSAX), os astrónomos derivaram a quantidade de energia libertada. Os números são impressionantes: a explosão libertou em 50 segundos mais energia do que uma supernova - a morte de uma estrela de grande massa. Libertou mesmo mais energia do que a que nossa galáxia emite durante um período de 200 anos.

Entretanto, a NASA pretende enviar mais 2 missões para estudar as enigmáticas explosões de raios-gama. Em particular, espera-se conseguir determinar com maior certeza a origem das explosões, e assim melhor calcular a energia libertada.

Mais detalhes e imagens sobre ambas as notícias em www.nasa.gov/today/index.html e cougar.jpl.nasa.gov/mirlin.htm NMS



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