Dados recentemente obtidos pela sonda Mars Global Surveyor
indicam que a superfície de Fobos, uma das duas pequenas luas de Marte,
se encontra coberta por poeira produzida pelos inúmeros impactos de pequenos
meteoroides.
Tal conclusão é baseada no facto de terem sido detectadas diferenças
"abismais" na temperatura entre o lado iluminado e o lado
escuro de Fobos: durante o dia os valores da temperatura sobem até aos -4 graus centígrados, descendo durante a noite até aos -112.
Dado o curto período de rotação de 7 horas, estas rápidas e abruptas
variações de temperatura só podem ser explicadas se a superfície
de Fobos se encontrar coberta por uma camada de poeira extremamente fina, com cerca de um metro de espessura: os grãos de poeira perdem rapidamente a sua energia assim que o Sol se "põe", o que justifica as diferenças de
temperatura agora medidas.
Segundo o astrónomo Philip Christensen (Arizona State University, EUA),
a poeira que cobre a superfície de Fobos deverá ter sido formada
a partir de impactos de meteoroides na superfície do satélite
durante milhões de anos.
Entretanto, foram igualmente obtidas imagens de alta resolução de Fobos.
São de destacar as imagens de uma
cratera de impacto com cerca de 10 km de diâmetro (cerca de metade do
tamanho de Fobos), na qual foi possível observar a presença de linhas escuras e claras, que correspondem a pequenas "avalanches" de poeira.
Este facto denuncia que
mesmo num corpo onde a força da gravidade é cerca de 1 milésimo da existente à superfície
da Terra, a gravidade tem efeitos visíveis.
Um "Super-enxame".
Astrónomos do Space Telescope Science Institute (EUA) descobriram
um enxame de galáxias "super-pesado", observado quando o Universo
tinha apenas cerca de metade da idade actual. Paradoxalmente, esta descoberta
parece mostrar que o Universo é "pouco massivo", o que segundo as
teorias cosmológicas actualmente aceites, significa
que se irá expandir para "todo o sempre".
A descoberta, feita pela astrónoma Megan Donahue, foi realizada com o auxílio de diversos telescópios em terra e satélites de raios-X, que revelaram a presença de um enxame com vários milhares de galáxias
e biliões de estrelas, a cerca de 8 mil milhões de anos-luz da Terra.
A massa do enxame foi determinada a partir do cálculo da massa
necessária para que este se mantenha gravitacionalmente ligado. A estimativa leva a crer que o enxame tem a massa equivalente à de mil biliões de Sóis. Além de muito massivo, este enxame é também extremamente quente:
a temperatura do gás inter-galáctico atinge os 150 milhões de graus K.
O "Super-enxame": a mancha azulada na imagem da esquerda representa o gàs observado em raios-X
As observações deste enxame e de outros 4 enxames muito massivos (embora menos
distantes) mostram que o universo evoluiu de uma forma muito rápida
durante as fases iniciais, formando rapidamente "grandes" enxames
de galáxias, tendo depois abrandado essa taxa de crescimento.
Segundo a teoria cosmológica "preferida", o Universo terá
matéria suficiente para que se encontre no limite entre
se expandir para sempre e voltar a colapsar sob o seu próprio peso.
No entanto, de acordo com esta ideia, seria muito pouco provável encontrar
um enxame de galáxias tão massivo e com a idade do que foi agora descoberto.
Isto deve-se ao facto de num Universo mais massivo se esperar que os enxames de galáxias cresçam a taxa mais contínua. Não deveriam então existir sistemas
tão complexos e massivos como o enxame agora encontrado, e numa fase tão "jovem" do Universo.
O próximo passo do estudo deste enxame passa por observá-lo
com o auxílio do Telescópio Espacial Hubble (HST), e tentar descobrir
os tipos de galáxias nele existentes, bem como os locais onde de
estão a formar estrelas.
Mais detalhes e imagens sobre ambas as notìcias podem ser encontrados em encontrados em: nasa.gov