Sol, Mercúrio, Vénus, Terra, Marte, Asteróides, Júpiter, Saturno, Urano, Neptuno, e Plutão...é esta a ordem que é ensinada quanto à composição do Sistema Solar, visto à partir do seu centro. De facto, a maior parte do tempo isto está correcto, e a partir do dia 10 de Fevereiro deste ano de 1999, estará outra vez, pois Plutão tornar-se-á novamente o planeta mais longínquo dos nove. Devido à grande elipticidade da sua órbita, a maior de todos os planetas, uma parte dela fica mais perto do Sol que a órbita do Neptuno. Assim, Plutão era, desde o dia 7 de Fevereiro de 1979, o oitavo planeta, e Neptuno o nono. Isto repetir-se-á novamente na segunda metade do século 23, pois Plutão demora 248 anos para dar uma volta ao Sol!

Mas daqui até lá penso que Plutão já não será considerado planeta. Desde há alguns anos existe uma polémica sobre o estatuto de Plutão. Tem origem nas descobertas de objectos do tipo asteróides, portanto objectos relativamente pequenos (algumas centenas de quilómetros de diâmetro), com órbitas muito semelhantes à de Plutão; grande elipticidade e inclinação relativamente ao plano médio da órbita da Terra (a eclíptica), e uma distância média ao Sol entre 30 e 50 Unidades Astronómicas (1 UA = distância média Sol-Terra; Neptuno encontra-se a 30 UA). Estes Objectos Trans-Neptunianos (OTN) são muito difíceis de observar, devido à sua grande distância ao Sol, e ao seu pequeno tamanho. Conhecemos cerca de 20 neste momento, e através cálculos estatísticos pode-se falar duma cintura de OTN, também chamada cintura de Kuiper, astrónomo holandês que sugeriu a existência destes objectos nos anos 50.

Pensa-se que são os restos da formação do Sistema Solar, há 4.500 milhões de anos. Por isso, o estudo deles pode ser extremamente compensador para melhor compreender quais as condições na neblina primitiva da qual nasceram o Sol e os planetas.

Plutão passará a ser apenas o maior OTN conhecido até agora (diâmetro de 2200 km aproximadamente), e não um dos planetas... de qualquer maneira, a definição do termo planeta é bastante vaga; planeta vem da palavra grega que quer dizer "estrela que se move".