Durante a décima órbita a Júpiter, e ao estudar Calisto, a sonda Galileo descobriu que esta lua joviana possui uma ténue atmosfera de dióxido de carbono.
Com esta descoberta ficou-se a saber que as quatro principais luas de Júpiter possuem atmosfera. No entanto, dado que a atmosfera de Calisto é muito ténue as moléculas movimentam-se à volta da superfície do satélite sem chocarem entre si. Pelos dados obtidos deveriamos classificar a atmosfera como exosfera, e não atmosfera, se pretendemos ser um pouco mais precisos na linguagem.
Esta descoberta vem indicar que a própria superfície de Calisto é composta por uma camada de dióxido de carbono. Curiosamente, para os cientistas da sonda Galileo a atmosfera não deveria existir, já que os raios ultravioletas dissociam as moléculas de dióxido de carbono formando um plasma de iões e electrões que sob a influência do campo magnético de Júpiter seriam arrastadas para longe da superfície de Calisto. No entanto, existem indícios de que esta atmosfera é mantida devido a geisers que emitem dióxido de carbono do interior da lua.
Imagem de Calisto obtida pela Voyager 2. Cortesia do Jet Propulsion Laboratory.
Os cientistas esperam agora, durante as duas próximas passagens da sonda por Calisto, poder verificar se a sua atmosfera contém outras moléculas para além do CO.
Diamantes no espaço
Desde há algumas décadas que os astrónomos sabem que a Terra é constantemente bombardeada por diamantes microscópicos provenientes do espaço interestelar. Agora, uma equipa de astrónomos parece ter mostrado que estes podem ter a sua origem em estrelas "comuns".
Segundo os modelos teóricos, algumas explosões de supernova podem formar diamantes, e enviá-los para o espaço interestelar. No entanto, a frequência de supernovas na nossa galáxia não parece ser suficiente para ter em conta as quantidades observadas de "micro-diamantes". Porém, resultados recentes parecem mostrar que estrelas mais "normais" poderiam igualmente formar diamantes: estrelas semelhantes ao Sol que se encontram na fase final da sua vida (numa fase evolutiva imediatamente antes de expelirem as suas camadas exteriores, dando origem a uma "nebulosa planetária").
De facto, na década de 80, uma equipa liderada pelo astrónomo Sun Kwok (Universidade de Calgary, Canadá) observou o espectro de luz de algumas estrelas desse tipo, e detectou um excesso de radiação infravermelha próximo do comprimento de onda de 21 micrometro. Ora, a análise deste excesso de infravermelho permite dizer que este pode dever a sua origem à presença de vários compostos químicos. Experiências recentes realizadas por uma equipa liderada por Hugh Hill (Museu Nacional de História Natural, França) mostraram que entre estes compostos se podem encontrar "diamantes".
A confirmar-se, estes resultados permitem afirmar que cada uma das estrelas observadas possui em seu torno uma massa equivalente a vários milhares de vezes a massa da Terra em "pó de diamante". No entanto, ainda não é certo que assim seja, já que o espectro observado poderá eventualmente ser explicado pela presença de outros compostos ricos em carbono, como por exemplo, o futeboleno (moléculas gigantes constituidas por átomos de carbono e hidrogénio, e que possuem a forma de uma bola).
NS & PM