Algumas teorias actuais defendem que a maior parte das estrelas existentes no Universo (cerca de 80%) foi formada durante a última metade da sua idade actual. Recentemente, uma equipa de astrónomos europeus obteve uma das imagens mais "profundas" de sempre do Universo jovem. Os resultados contradizem estas teorias pois parecem mostrar que grande parte da formação estelar poderá ter ocorrido durante a primeira metade da vida do Universo, ou seja, nos primeiros 7 a 8 mil milhões de anos.
A equipa de astrónomos utilizou o VLT (Very Large Telescope, do ESO, Chile) para obter imagens no infra-vermelho próximo de uma região do céu desprovida de estrelas brilhantes, o que permite observar os "confins" do Universo (ou seja, até uma distância tal que corresponde a uma altura em que o Universo era ainda jovem). A utilização do infra-vermelho foi essencial pois permitiu contornar diversos obstáculos. Em primeiro lugar, as galáxias jovens podem encontrar-se envolvidas em grandes quantidades de poeira. Como a poeira absorve preferencialmente a luz de comprimentos de onda menores (luz "azul"), deixando passar mais facilmente a luz "vermelha", os objectos tornam-se "avermelhados". Trata-se de um efeito em tudo semelhante ao que faz o pôr-do-Sol ser vermelho (o trajecto dos raios de Sol na atmosfera terrestre é maior quando o Sol se encontra baixo no horizonte, e assim a quantidade de partículas que atravessam vai ser maior). Por outro lado, a expansão cosmológica faz com que o espectro de uma galáxia longínqua (e portanto jovem) seja muito desviado para o vermelho (pelo efeito de Doppler). Finalmente, uma galáxia que tenha já cessado de formar estrelas e se encontre numa fase mais "evoluida", emite menos radiação em comprimentos de luz visível, já que é constituida principalmente por estrelas menos massivas, que vivem mais tempo mas que emitem a maior parte da radiação em comprimentos de onda "vermelhos".
Após analisar as imagens obtidas, os astrónomos verificaram que,
numa altura em que o Universo tinha cerca de metade da idade actual,
existiam já galáxias evoluídas, ou seja, que já tinham
formado a maior parte das suas estrelas. Este resultado tem grandes
implicações, já que vem impôr limites nas teorias que
explicam a formação das galáxias. Este tipo de
observações pode permitir estudar igualmente a estrutura do Universo
primitivo, e assim testar os modelos que tentam explicar como se
formaram as primeiras estruturas do Universo. Mais detalhes podem ser
encontrados em
http://www.eso.org/outreach/press-rel/pr-2000/.
O Asteróide Eros.
Desde Fevereiro que, a uma distância de 258 milhões de quilómetros da Terra, se desenrola uma dança muito peculiar entre o asteróide Eros e a sonda Near Earth Asteroid Rendezvous (NEAR).
Com a forma de uma batata, este asteróide possui um comprimento de 33 km e 13 km de largura. As primeiras análises da sonda relevam que o asteróide Eros não é uma rocha qualquer. A sua densidade é de 2.4 gramas por centrímetro cúbico, valor esse muito semelhante ao da crosta terrestre.
Fig. Imagens do asteróide Eros. Cortesia JHU-Applied Physics Laboratory.O grande número de crateras na superfície de Eros e a sua densidade revelam que este é um asteróide bastante antigo. A existência de ranhuras e sulcos nas crateras apontam para uma formação única dos níveis inferiores da superfície. Estes dados poderão indicar que o asteróide pertenceu a um corpo muito maior no passado.
Um dos instrumentos da sonda detectou uma composição mineral não homogénea na superfície do asteróide. Todos os minerais descobertos são também encontrados vulgarmente na Terra, na Lua, em Marte e nos meteoritos.
Durante este ano a sonda ficará em órbita de Eros. Os cientistas
procurarão determinar a densidade e a distribuição da sua
massa. Estas informações serão ultilizadas posteriormente para
estimar a força de gravidade do asteróide e assim programar com maior
precisão a órbita da sonda NEAR em torno de Eros. Para mais
informações pode-se consultar o site http://near.jhualp.edu/.
NS & PM