A busca de planetas fora do nosso Sistema Solar tem recebido, desde há alguns anos, uma atenção acrescida e os esforços dos cientistas que se dedicam a esta difícil tarefa começam agora a ser compensados. De facto, o número de planetas extra-solares - ou exoplanetas, como geralmente são referidos - que já são conhecidos foi recentemente aumentado com a descoberta de mais oito novos possíveis candidatos.
Uma equipa internacional de astrónomos do Observatório de Geneva, na Suíça, anunciou no início de Maio a detecção de oito companheiros de pequena massa de estrelas do tipo solar através de observações feitas no Observatório Europeu, Chile. Aparentemente, estes são objectos que formam um sistema binário com a estrela em torno da qual orbitam, e que têm massas estimadas entre valores inferiores à massa de Saturno até 15 vezes a massa de Júpiter, dependendo do objecto.
As técnicas de detecção utilizadas nestes estudos baseiam-se em medidas de grande precisão das velocidades radiais das estrelas observadas. Quando se detectam variações periódicas dessa velocidade, pode-se deduzir se a causa é ou não a atracção gravitacional de um companheiro orbitando em torno da estrela.
Para além disso, cálculos detalhados com base nessas variações permitem estimar a órbita do companheiro, em particular qual é o período e a distância à estrela, bem como deduzir o valor mínimo para a massa desse possível planeta. Depois, consoante o valor obtido para a massa, pode-se concluir se o companheiro tem fortes probabilidades de ser um planeta ou se, caso contrário - quando a sua massa é tipicamente de 10 a 15 massas de Júpiter - é mais provável que se trate de uma anã castanha (estrela "falhada", cuja massa não é suficiente para despoletar as reacções termonucleares no seu interior).
Desde a descoberta, em 1995, do primeiro exoplaneta, em torno da estrela 51 Pegasi, a contagem destes objectos vai já acima dos 40 e as perspectivas futuras neste campo, com o advento de telescópios mais poderosos, são entusiasmantes
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CL