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SMART-1:
A Europa rumo à Lua.

No boletim de Maio mostrou-se porque é tão importante regressar à Lua. E nesse sentido, as agências espaciais vão incluindo na sua agenda missões de exploração do nosso satélite natural.

A Agência Espacial Europeia (ESA) está também empenhada nesta iniciativa e através da SMART-1 (Small Missions for Advanced Research and Technology), que será a primeira aventura lunar europeia, vai também sondar os segredos lunares.

Esta será também a primeira de uma série de missões, que têm como finalidade validar novas tecnologias para utilização em futuras missões de maior envergadura.

No caso da SMART-1, o objectivo primordial será testar a propulsão eléctrica que levará a sonda desde a órbita terrestre até à Lua, onde permanecerá em órbita durante um período de seis meses para que os diversos instrumentos científicos procedam a medições e recolha de imagens.

A sonda SMART-1, imagem criativa da missão.
A missão estará dividida em duas fases. A primeira corresponde à viagem Terra-Lua, onde será realmente testada a propulsão eléctrica e estarão em funcionamento os instrumentos que farão a sua monitorização, SPEDE (Spacecraft Potential, Electron and Dust Experiment) e EPDP (Electric Propulsion Diagnostic Package). Nesta fase também se procederá a medições científicas pontuais, vocacionadas para a calibração dos instrumentos mas cujos resultados poderão ser também utilizados pela comunidade científica.

Na segunda fase, que corresponderá à órbita lunar, proceder-se-á à recolha de imagens e espectros lunares que poderão levar os cientistas a novas descobertas sobre a Lua.

Construção da SMART-1, Vevey, Suíça.
Os instrumentos científicos a bordo, com uma massa total de 15 Kg, serão tambem eles inovadores, e no caso de a sua utilização ser satisfatória, é grande a probabilidade de versões pouco modificadas deles serem usadas em futuras missões. Para o registo fotográfico da superfície lunar vai ser usada uma câmara de alta definição miniaturizada (AMIE, Asteroid Moon Micro-Imager Experiment). A investigação minerológica vai ser possível recorrendo ao uso do espectrómetro de infravermelho (SIR, SMART-1 near Infrared Spectrometer). E a composição química da Lua será investigada com os espectros obtidos pelo espectrómetro de raios-X (DCIXS, Demonstration Compact Imaging X-Ray Spectrometer).

A sonda também transportará uma antena inovadora para testar novas bandas de comunicação (KaTE, Deep Space X/Ka-band TTC Experiment).

Construção da SMART-1, Vevey, Suíça.
Estrutura primária da SMART-1
Esta missão fornecerá o primeiro mapa global de alta resolução da composição lunar, que ajudará a perceber a evolução lunar. Após os seis meses saberemos certamente mais sobre a localização dos minérios presentes na superfície lunar, condição indispensável para se poder escolher o local de construção dos primeiros entrepostos humanos na Lua.
O foguete Ariane 5 lançará a sonda SMART-1.
A sonda lunar japonesa Selene.
Não sendo uma missão grande, é sem duvida a antecâmera do necessário regresso do Homem à Lua, que conjuntamente com as missões japonesas, Lunar A e Selene, e as que se seguirem, dar-nos-á os dados necessários para cada vez sabermos mais sobre a Lua e consequentemente sobre o Sistema Solar, e quem sabe se não nos dará também os conhecimentos suficientes para que num futuro, não muito distante, possamos lá habitar.
No futuro, dois trabalhadores "lunares" orientando trabalhos de extracção de minérios.
Mais informações sobre esta missão podem ser encontradas na página da internet: http://sci.esa.int/smart-1/index.cfm.

Miguel Almeida
FCUL/OAL



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