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No dia 18–Dezembro há mais uma “Noites de Ciências, Noites de Luz” que comemora o Ano Internacional da Luz na FCUL. As actividades são gratuitas, sem inscrição, sempre na última 6ª feira de cada mês. São dirigidas ao público não especialista mas curioso do conhecimento científico. Venha connosco e fascine-se nas Ciências!

Tanto a palestra como o Concerto terão videodifusão ao vivo no site da FCCN:   http://live.fccn.pt/ulisboa/fcul/noitesdeciencias/

Os participantes têm estacionamento gratuito no parque da FCUL a partir das 19:45 (toque à campainha). A actividade inicia-se às 20:00 e tem duas componentes:

1) 20:00 – 21:30   Concerto de Música Electroacústica – 41° Festival DME

O concerto ocupará toda a programação deste período, não havendo outras actividades. Este concerto é organizado pelo compositor Jaime Reis e faz parte da 41ª edição do Festival Dias de Música Electroacústica (DME), inteiramente dedicada à compositora belga Annette Vande Gorne. Decorrerá de 15 a 18 de Dezembro 2015 em Lisboa, Linda-a-Velha e Castelo Branco.

O festival DME será constituído por palestras de Annette Vande Gorne e Marie-Jeanne Wyckmans além de concertos de música “acusmática”, uma prática musical que pressupõe a criação de um universo imagético impulsionado pelos elementos musicais difundidos num espaço tridimensional e potenciados pela imaginação do ouvinte. Em Castelo Branco será apresentada uma ópera da compositora Annette Vande Gorne. O Grande Auditório da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa será preenchido com o sistema de som multi espacial do Festival DME para a interpretação de obras que remetem para um imaginário relativo ao Cosmos.

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No Monaco Electroacoustique Festival, Maio 2015. Jaime Reis é o segundo à direita.


— Jaime Reis é compositor membro do Ensemble DME – Collegium Musicum Electroacústico que organiza o festival DME. Tem um vasto currículo na formação em espacialização de música electroacústica, em actividades que têm percorrido o país. Tem participado em concertos, acções e festivais no Japão, França, Brasil, Coreia, Espanha, entre outros países.

 

vandegorne_an_2015— Annette Vande Gorne é belga e teve formação clássica nos Royal Conservatories of Mons e Bruxelas. Estudou com Jean AbsilGuy Reibel e Pierre Schaeffer no Conservatoire National Supérieur em Paris. Annette Vande Gorne tornou-se professora de composição electroacústica no Royal Conservatory em Liège (1986), depois Bruxelas (’87) e Mons (’93). Fundou uma Secção Autónoma de Música Electroacústica na primeira que, em 2002, foi integrada no framework de Estudos Graduados Europeus. Tem uma longa lista de obras produzidasgravações realizadas.

 

2) Às 21:30 (no anfiteatro 3.2.14 do edifício C3):

—  Breve Apontamento sobre “O Prémio Nobel da Física 2015“, pela Doutora Sofia Andringa do Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas (LIP).

Em 2015 os vencedores foram Takaaki Kajita e Arthur McDonald pelo trabalho seminal nas experiências que demonstraram que os neutrinos oscilam entre os seus três sabores — electrão, muão e tau. Kajita liderou a equipa da análise de dados do Super-Kamiokande e McDonald era o Director do Sudbury Neutrino Observatory. Sofia Andringa também falará do prémio breakthrough que foi dado ao conjunto de investigadores de 5 experiências sobre o mesmo tema, que inclui alguns dos investigadores do LIP.

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Os detectores de neutrinos no Super-Kamiokande (a) e no Sudbury Neutrino Observatory (b)

 

—  Palestra “Alterações climáticas: perceber o clima presente, modelar o clima passado e antever o clima futuro

pelo Prof. Ricardo Trigo do Dep. de Engenharia Geográfica, Geofísica e Energia da FCUL e Instituto Dom Luiz.

Nesta apresentação pretende-se descrever os principais mecanismos forçadores do clima e a sua evolução recente, explicando como tem evoluído substancialmente a qualidade dos modelos de simulação de clima nas últimas décadas. Apresentam-se igualmente perspetivas que como é expectável que o clima evolua nas próximas décadas, à escala global e da região sul da Europa, em função dos diferentes cenários de emissão de gases de efeito de estufa.

Ouça a entrevista do Prof. Ricardo Trigo à Antena 1, antes da 21ª Conferência do Clima em Paris:

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Na sequência dos vários relatórios do IPCC publicados em 2001, 2007 e 2014 é cada vez mais evidente que a esmagadora maioria dos especialistas nas áreas de clima, variabilidade climática, extremos climáticos e alterações climáticas considera que as atividades antropogénicas, especialmente as emissões de gases de efeito estufa, são as responsáveis pela maior parte do aquecimento observado à escala global desde a década de 1950. Um aparente abrandamento do aquecimento verificado desde o início do presente milénio não se tem confirmado, qualquer que seja a perspetiva em que analisemos o sistema climático. A taxa de diminuição do gelo no Ártico é preocupante, mas não tanto como a crescente velocidade de fusão do gelo na Gronelândia (figura em cima) e em alguns glaciares do continente Antártico.

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A temperatura média global atingiu em 2014 o seu valor mais elevado desde que há registos à escala global (cerca de 1880), estando o presente ano de 2015 condenado a superar (por larga margem) esse máximo recente. Antevê-se que 2015 supere ligeiramente o valor de 1ºC de anomalia relativamente ao período pré-industrial (figura em baixo), ou seja cerca de metade dos de 2ºC que os cientistas e organizações não-governamentais consideram representar a anomalia máxima sustentável a longo prazo.