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(Palestra do Mês)

Notícias

Nuno Miguel Santos
nuno@astro.c.fc.ul.pt

Uma estrela super luminosa.

Usando o Telescópio Espacial Hubble (HST), uma equipe de astrónomos norte-americanos identificou o que parece ser a estrela mais luminosa até hoje encontrada.

Esta estrela gigante, que emite 10 milhões de vezes mais energia que o Sol, tem um diâmetro centenas de vezes maior que a nossa estrela. Como se encontra a 25.000 anos-luz da Terra (perto do centro da galáxia), se não fosse a grande quantidade de nuvens de gás e poeira que se interpõem entre nós e ela, brilharia no céu como um objecto de magnitude 4 (a estrela Deneb, brilha com magnitude 1). Ora, as poeiras absorvem preferencialmente a luz de menor comprimento de onda (mais o azul que o vermelho), pelo que não nos é possível observar a estrela em comprimentos de onda visíveis (pelo olho humano). Os astrónomos tiveram assim de recorrer ao Infra-Vermelho, onde a luz é menos afectada pela poeira.

A imagem, obtida pela nova câmara de Infra-Vermelho do HST, revela igualmente a presença de uma nebulosa que envolve a estrela. Os astrónomos pensam que esta nebulosa terá sido formada devido a erupções gigantescas na atmosfera da estrela, que ocorreramhá cerca de 4.000 e 6.000 anos. Durante estas erupções libertaram-se o equivalente a 10 massas solares de gás, dando origem a uma nebulosa que se extende por 4 anos-luz, aproximadamente a distância que separa o Sol da estrela mais próxima, alfa -Centauro.

Segundo as teorias de evolução estelar, quanto maior for a massa de uma estrela, mais depressa chega ao fim da sua vida, que termina de forma violenta no caso das estrelas de massa muito elevada. A "nova" estrela acabará então os seus dias dentro de 1 a 3 milhões de anos, numa brilhante explosão de supernova. Por outro lado, numa estrela de tão grande massa dão-se processos extremamente violentos, produzindo nebulosas como a observada, e ventos estelares (de partículas carregadas) 10 mil milhões de vezes mais fortes que o vento solar.

Esta nova descoberta coloca novos desafios às teorias de formação de estrelas. Segundo estas, uma estrela forma-se a partir de uma nuvem de gás e poeira que contrai devido à sua própria gravidade. A partir de certa altura, o objecto central irradia energia suficiente para parar a contracção e a massa estabiliza. Temos assim um limite superior para a massa de uma estrela. Segundo os astrónomos, este novo objecto poderá ter tido inicialmente uma massa 200 vezes superior à do Sol, o que excede este limite teórico. O estudo deste objecto poderá então ajudar a testar e melhorar as teorias de formação estelar.

Mais informações podem ser obtidas em http://oposite.stsci.edu/pubinfo/Latest
.html
.


Possível disco proto-planetário.

Os astrónomos descobriram um disco de gás e poeira em torno de uma estrela jovem cuja massa é mais de duas vezes superior à massa do Sol.

Observando em comprimentos de onda de milímetro, os astrónomos Anneila Sargent (Caltech) e David Koerner (Jet Propulsion Laboratory) descobriram um disco de gás e poeira em torno da estrela MWC 480, uma estrela maior, mais quente e mais massiva que o Sol. Comparando então as observações com simulações de discos em rotação feitas em computador, chegaram à conclusão que os gases e poeiras do disco se encontram em órbita e não em queda para a estrela. Tal significa que todo este material se encontra disponível para formar planetas. Essa conclusão é ainda apoiada pelo facto de este disco ter entre 0,02 e 0,05 massas solares.

As teorias mais aceites advogam que os planetas se formam a partir de discos de gás e poeira em torno de estrelas jovens. Nos últimos anos foram observados alguns destes discos (e.g., nas estrelas Vega e beta-Pictoris), o que veio reforçar a teoria. No entanto, estas estrelas têm aproximadamente a massa do Sol, e até hoje não se tinha encontrado nenhum disco em torno de uma estrela mais massiva.

NMS



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