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Manchas ovais em Júpiter.

Utilizando dados fornecidos pela sonda Galileo, do Telescópio Espacial Hubble (HST) e de um telescópio em Mauna Kea (Havai), astrónomos da NASA descobriram uma nova tempestade em Júpiter, em tudo semelhante aos furacões observados no nosso planeta excepto em dimensão: esta tem o tamanho da Terra.

O fenómeno agora observado deve grande parte do seu interesse à sua origem. Durante meio século foi possível observar em Júpiter 3 manchas ovais, denominadas "ovais brancas" (devido à sua cor e forma). Recentemente duas delas juntaram-se dando origem à mais forte tempestade observada no Sistema Solar (com excepção da "Grande Mancha Vermelha" observada em Júpiter desde o tempo de Galileu).

Segundo o astrónomo Glenn Orton (NASA Jet Propulsion Laboratory), as temperaturas medidas nas duas manchas ovais (já por si "pequenos" furacões com cerca de 2/3 o diâmetro da Terra) que deram origem ao furacão agora observado possuiam uma temperatura inferior à do meio circundante (nestas manchas o gás frio vindo do interior sobe no centro e desce nas extremidades). Esta característica foi "herdada" pela nova mancha. Por seu lado, a terceira mancha oval observada, que se encontrava entre as outras duas e que possuía uma temperatura superior à da atmosfera à sua volta, tem agora uma temperatura idêntica à da atmosfera circundante. Orton suspeita então que esta terceira oval terá de alguma forma perdido energia, permitindo que as outras duas se juntem.

A cintura de Kuiper.

Astrónomos europeus, utilizando os telescópios de 3,6 m e NTT do ESO (Observatório Europeu do Sul), no Chile, mediram pela primeira vez o período de rotação de um objecto pertencente à "cintura de Kuiper".

Nos últimos anos a astronomia do Sistema Solar tem visto inúmeros avanços. Um dos mais importantes prendeu-se com a descoberta de objectos da chamada "cintura de Kuiper". Esta corresponde a uma região do Sistema Solar para lá das órbitas de Neptuno, que se pensa conter milhares de objectos com diâmetros da ordem das centenas de quilómetros e constituidos essencialmente por gelos. No entanto, a primeira evidência para a existência desta "cintura" veio apenas em 1992, quando um primeiro objecto foi descoberto. Desde então, já foram descobertos mais de 70 objectos pertencentes à cintura de Kuiper, também chamados objectos trans-neptunianos e hoje em dia pensa-se mesmo que o planeta Plutão não é mais do que um membro "grande" desta classe de objectos.

Imagens do 1996 TO66 e a curva de luz observada (variação do brilho com o tempo). Os traços na imagem correspondem a estrelas, já que o objecto se move em relação a estas.

Agora, uma equipa de astrónomos europeus mediu pela primeira vez o período de rotação de um objecto pertencente à "cintura de Kuiper": denominado de 1996 TO66. Para tal utilizaram dois telescópios do ESO e obtiveram imagens deste através de diferentes filtros. Medindo então o seu brilho em cada uma das imagens, verificaram que este variava com um período de cerca de 6 horas, tempo que deverá corresponder ao período de rotação do objecto (de notar que o objecto não é esférico nem uniforme).

Os dados recolhidos permitiram igualmente estimar o seu diâmetro - cerca de 600 km - que mostra que este é um dos maiores objectos encontrados até hoje na cintura de Kuiper. A análise das suas cores (comparando os brilhos através dos diferentes filtros), mostrou igualmente que o 1996 TO66 parece ter uma constituição química semelhante a Caronte, o satélite de Plutão.

Ainda se sabe muito pouco sobre os objectos trans-neptunianos, já que estes se encontram muito longe e consequentemente se apresentam muito pouco brilhantes. No entanto, o seu estudo é de grande importância, já que as suas propriedades físicas devem reflectir as propriedades do Sistema Solar jovem, altura em que estes objectos se formaram.

NMS



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