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EDITORIAL

O HST está de volta

No dia 25 de Dezembro passado a comunidade astronómica internacional recebeu uma prenda de Natal original: os astronautas do vaivém espacial Discovery colocaram o telescópio espacial Hubble (HST) de novo em órbita, após uma missão de reparação e melhoramento que durou aproximadamente 24 horas e meia.

Meia hora de testes após a operação, o centro de controlo terrestre de Maryland verificou que o telescópio estava perfeitamente operacional e em óptima forma.

Esta missão de reparação - a terceira desde que o HST iniciou as suas funções no espaço a 1990 - está enquadrada no plano de manutenção do HST e tornou-se absolutamente necessária e urgente quando, a 13 de Novembro passado, falhou mais um giroscópio do HST; era o quarto num total de 6 destes aparelhos, que foram desenhados para permitir ao HST apontar com precisão os seus alvos: objectos astronómicos distantes a serem observados no âmbito de programas científicos. Imediatamente após esta avaria, o HST foi posto em "modo seguro": uma espécie de hibernação na qual o HST, suspendendo toda a actividade observacional, fechou a porta que protege os componentes ópticos e foi orientado para o Sol de modo a garantir que os seus painéis solares recebessem suficiente energia eléctrica, essencial para manter os sistemas básicos de sobrevivência do satélite.

Assim, o Discovery partiu a 19 de Dezembro para um vôo de 8 dias dedicado ao HST, levando a bordo uma equipa internacional de 7 especialistas. Foram necessários três passeios no espaço e a perícia do operador do braço mecânico do vaivém para capturar o satélite, estacionando-o na baía de carga do Discovery, e proceder às reparações necessárias: substituir os 6 giroscópios do HST e colocar outros instrumentos técnicos a bordo, incluíndo um computador novo que suplanta largamente em eficiência o anterior.

As operações préviamente programadas derenrolaram-se com sucesso e o braço mecânico do Discovery repôs o HST em órbita no dia de Natal, após uma amigável e encorajadora saudação, tal como há 10 anos atrás.

Entretanto, o HST foi despertado do seu estado sonolento e a 10 de Janeiro retomou as observações científicas, começando por usar a câmara de alta resolução para espreitar um enxame de galáxias e uma nebulosa planetária. Retomou nos dias seguintes o uso dos outros instrumentos a bordo. Decorrerão, paralelamente e durante os próximos meses, uma série de calibrações e verificações várias da performance do satélite em geral.

CL



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