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Europa com um Oceano?

No passado dia 3 de Janeiro a sonda Galileo passou a 351 Km de altitude da lua Europa, no sistema de Júpiter. Nesta passagem recolheu fortes evidências da existência de um oceano sob a crosta de gelo.

Os instrumentos a bordo da sonda, em particular um magnetómetro (instrumento que mede o campo magnético), estudou as variações na direcção do campo magnético desta lua. Os dados recolhidos são consistentes com os dados que se observaria se Europa contivesse uma camada, electricamente condutora, como por exemplo, um oceano com sal. Os dados parecem indicar que o oceano se encontra nos primeiros 100 Km, por baixo da superfície da lua.

Em prévias passagens por Europa a sonda tinha detectado a presença de um campo magnético, mas não foi possível estabelecer se este se encontrava em movimento. Nesta última passagem verificou-se que a direcção do campo magnético tinha mudado de sentido. E de facto, segundo os dados obtidos, ele muda em cada 5h e meia.


Fig. Superfície de Europa. Esta imagem tem uma área de aproximadamente 30 km quadrados.
Acredita-se que o responsável pelo campo magnético seja o movimento de cargas num oceano, pois não parece muito plausível que as cargas eléctricas se movam num meio, mau condutor, como é a camada de gelo em Europa. A hipótese de gelo derretido com sal, como acontece na "Terra", parece mais promissora para explicar este fenómeno. Faz algum sentido pensar na existência de um oceano por baixo da camada de gelo, pois à medida que a profundidade aumenta a temperatura também aumenta, o que pode fazer com que o gelo se funda.

As imagens captadas pela sonda da superfície da lua permitem ver a camada de gelo quebrada segundo diversas orientações, facto que é compatível com o modelo em que intervenha a acção de um oceano.

Resultados da câmara WFI do ESO.

Em qualquer instituição científica, como nos observatórios astronómicos, um dos grandes objectivos é desvendar o máximo de segredos do Universo. Para concretizar este objectivo é necessário construir novos instrumentos capazes de realizar novas descobertas. No ESO (European Southern Observatory) esta filosofia tem sido um dos pilares de actuação. Exemplo disso é a nova câmara de grande campo, Wide Field Imager (WFI) que irá servir para estudar grandes conjuntos de galáxias. Estas investigações permitirão compreender melhor as estruturas existentes no universo, que vão do grupo local, passando pelos enxames, super enxames até aos filamentos com milhões de Mpc (1 Mpc equivale a aproximadamente 3 milhões de anos-luz) que formam a estrutura do Universo.


Fig. Imagem central do enxame ACO 3627 obtida pelo WFI. É possível constatar a distorção da galáxia no lado esquerdo,centro devido à interacção gravitacional com duas galáxias. Cortesia do ESO.
Um exemplo do tipo de estudo que pode ser efectuado utilizando esta nova câmara é a investigação da evolução da dinâmica das galáxias, dentro dos enxames, pois estas estão sujeitas a interacções gravitacionais. Estas interacções produzem efeitos nas galáxias como, por exemplo, a distorção da forma das galáxias, o canibalismo por parte de galáxias de grande massa sobre galáxias de menor massa.

Outro dos objectivos é estudar o efeito conhecido como o Grande Atractor. Descobriu-se que todas as galáxias do nosso enxame têm um movimento peculiar na direcção do centro gravitacional do sistema chamado o "Grande Atractor".

PM



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