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A supernova de Tycho Brahe.

No ano de 1572 Tycho Brahe observou o que mais tarde veio a ser conhecido como a supernova de Tycho Brahe. Actualmente, o que resta desta explosão cataclísmica são os seus restos, ou seja, matéria arremessada pela onda de choque da explosão.

Uma supernova ocorre quando uma estrela massiva esgota o seu material nuclear. Após esse instante a estrela deixa de estar em equilíbrio e colapsa, libertando uma enorme quantidade de energia. As camadas mais externas colapsam para o núcleo mas acabam por ser reflectidas para trás devido à onda de choque que é também reflectida pelo núcleo da estrela.

Este fenómeno é de tal forma violento que forma elementos químicos mais pesados do que o carbono e o oxigénio. São estes elementos que mais tarde irão dar origem a planetas como a Terra.

O novo observatório de raios-X da Agência Espacial Europeia (ESA), XMM, obteve várias imagens dos restos da supernova, as quais revelam a presença de diversos elementos químicos.

Fig. Restos da supernova de Tycho Brahe observada pelo observatório XMM. Na parte superior esquerda temos uma imagem da distribuição do cálcio e à direita uma relativa ao enxofre. Em baixo mostra-se a distribuição do silício e do ferro, respectivamente. Cortesia da ESA.
Na prática estas imagens são obtidas combinando a informação contida no espectro da radiação dos restos da supernova (onde se regista a presença dos elementos químicos) e a posição da região que dá origem a esse espectro. Desta forma é possível construir uma imagem "tridimensional" com duas coordenadas espaciais e uma terceira com a informação da percentagem do elemento químico.

Mais detalhes podem ser encontrados em http://sci.esa.int/xmm/.

A estrela de neutrões vagabunda.

A estrela de neutrões designada por RX J1856.5-3754 é um dos primeiros objectos deste tipo a ser observado a atravessar uma nuvem de matéria interestelar. Com um diâmetro de apenas 20 Km e com uma temperatura de 700000 graus à superfície, esta estrela compacta vagueia pela Via Láctea.

Outra das peculiaridades deste tipo de objectos é a sua densidade. A título de exemplo, uma cabeça de alfinete que fosse composta por matéria de uma estrela de neutrões podia chegar a pesar facilmente um milhão de toneladas, ou seja, o peso do maior petroleiro completamente cheio!

Fig. A estrela é bastante ténue e com uma cor azulada podendo ser localizada pela seta. Associada à estrela temos uma nebulosa com a forma de um cone.
Utilizando o telescópio VLT, situado nos Andes Chilenos, um grupo de astronómos verificou que esta estrela de neutrões (indicada pela seta na imagem) possui uma nebulosa com a forma de um cone. Tal como acontece quando nos movemos rapidamente num barco a motor num lago, a estrela de neutrões, ao deslocar-se num meio com matéria, produz uma onda de choque com a forma de cone.

Através das medições efectuadas anteriormente pelo telescópio espacial Hubble, juntamente com aquelas efectuadas agora pelo VLT, os astronómos concluíram que esta estrela "morta" e muito compacta se desloca a 100 Km/s. A esta velocidade, a estrela de neutrões ter-se-á deslocado cerca de 9500 milhões de quilómetros nestes últimos três anos.


PM



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