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Poque queremos voltar à Lua

O interesse da Humanidade pela Lua remonta aos primórdios da sua própria existência. Sabe-se que inúmeras culturas adoravam a Lua nos seus rituais religiosos. À medida que a civilização se desenvolveu este fascínio manteve-se vivo, em parte devido à beleza natural da Lua, - quem não gosta de namorar sob uma bela Lua cheia? -, mas também pela sua riqueza científica, educacional, artística, e em muitos outros campos da civilização moderna onde a Lua é fonte inspiradora.

A conquista espacial pelo Homem teve como objectivo primordial e lógico, dada a maior facilidade de acesso, a ida à Lua. A fase que precedeu a primeira alunagem humana, bem como os anos imediatamente a seguir, muito se descobriu sobre a Lua. Sondas orbitaram a Lua, outras pousaram no nosso satélite natural e até amostras lunares foram recolhidas e trazidas para a Terra.

A Lua observada pela sonda Galileo, da NASA.
No entanto tudo isto foi feito durante a guerra fria, e sem querer tirar o grande mérito destes brilhantes anos de exploração lunar de russos e americanos, a verdade é que o objectivo principal destas missões era obter uma demonstração pública de superioridade.

Apenas um verdadeiro cientista andou na superfície lunar, e os objectivos das missões tendo em vista o conhecimento científico nunca foram prioridade. Assim se explica porque é que depois da alunagem da Apollo 11, que viu os primeiros homens na Lua, o interesse na exploração lunar tenha decaído vertiginosamente, uma vez que aos olhos do público o objectivo das missões lunares tinha sido alcançado.

O astronauta americano Edwin Aldrin andando na Lua.
Esta visão levou a que o público ficasse com a ideia que tudo àcerca da Lua tinha sido estudado e feito. Nos anos oitenta verificou-se que esta assunção estava errada. As descobertas feitas anteriormente são muito localizadas, e a inexistência de cientistas a bordo das missões lunares levou a uma selecção pouco eficaz de amostras. O facto da ciência ser secundária nestas missões, fez também que esta tenha ficado muito incompleta.

No princípio dos anos 90 várias missões japonesas e americanas voltaram a orbitar a Lua, obtendo novos e prometedores resultados científicos. Por exemplo, hoje perguntamos-nos se haverá água na Lua.

Novas missões estão programadas para o regresso à Lua, incluindo a da Agência Espacial Europeia SMART-1. Com elas poderemos saber mais sobre o muito que a Lua ainda tem para nos oferecer. A inexistência de efeitos geológicos na Lua levam a que contenha muitos segredos quer da sua formação quer da formação da Terra, segredos esse já apagados pela erosão no nosso planeta.

O regresso à Lua é essencial para nos conhecermos a nós próprios, na busca incessante do conhecimento. É um museu de História que temos aqui tão perto e que tem tanto ainda para ver.

Miguel Almeida
FCUL/OAL



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