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Terá um planeta caído na estrela HD 82943?

No dia 10 de Maio foi publicado um artigo científico na revista internacional Nature, onde foram apresentadas algumas evidências da possível queda de um planeta na estrela HD 82943. Este grupo de astrónomos dos observatórios de Genebra, onde se encontra o astrofísico português Nuno Santos co-responsável por esta descoberta, e das Canárias relatam o excesso do elemento químico lítio 6 na estrela. Utilizando o espectrómetro de alta resolução do telescópio KUEYEN de 8.2 metros do observatório VLT-ESO, constataram que esta estrela anã do tipo solar, e rica em elementos pesados, contém o elemento lítio 6 o qual, segundo as modernas teórias de evolução estelar, não deveria existir em estrelas evoluídas como esta.

Fig. Nesta imagem artística é ilustrado a queda de um planeta gigante na estrela HD 82943. Cortesia Gabi Perez, IAC.
A razão da presença deste elemento não é explicável tendo em conta a sua abundância em estrelas deste tipo. Ao contrário do que sucede com a fusão do hidrogénio e do hélio, que necessitam de uma temperatura da ordem dos 10 milhões de graus, a fusão do lítio 6 apenas requer uma temperatura de 1.5 milhões graus. Este facto, aliado à pequena percentagem de lítio 6 existente inicialmente, faz com que este tenha desaparecido nas primeiras fases de evolução destas estrelas.

Outro dado importante é a existência de planetas gigantes em órbitas com grandes elongações e próximas da estrela. Segundo as teorias actuais, os planetas gigantes ter-se-ão formado a grandes distâncias da estrela, implicando que estes tenham migrado para órbitas mais pequenas.

Assim, admitindo que estes planetas gigantes vão ficando com órbitas cada vez mais próximas da estrela, o excesso de lítio 6 poderá ser explicado admitindo que um planeta gigante caiu na estrela transferindo o lítio 6 para a atmosfera da estrela.

O limite de acreção num Buraco Negro.

O satélite Chandra obteve dados, em raios-X, de um disco de acreção em torno de um buraco negro, que permite estudar a sua geometria radial. Ao contrário do que alguns modelos previam, este disco de acreção termina à distância de 965 Km da superfície do evento do horizonte (S.E.H.) do buraco negro.

Os modelos teóricos prevêm que estes discos deveriam chegar até distâncias de 40 Km da S.E.H. Neste caso, tal não acontece, pois talvez à distância de 965 Km o disco altere a sua forma geométrica, para uma outra mais próxima da de uma esfera. Esta informação foi obtida a partir do estudo do espectro do buraco negro XTE J1118+480.

Estes novos dados vão, também, permitir estudar a forma como a energia é libertada à medida que a matéria vai caindo em espiral em direcção ao buraco negro.

Imagem obtida com o satélite Chandra decompondo a radiação X num espectro do meio envolvente de um buraco negro. Processo similar ao que ocorre quando se coloca um prisma em frente da luz solar. Cortesia NASA/CfA.
PM

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