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Machos: a matéria escura?

Actualmente, um dos problemas fundamentais em Astrofísica é saber qual a natureza da matéria escura. Observações de aglomerados de galáxias e da estrutura em larga escala mostram que menos de um quarto da matéria do Universo se encontra na forma normal de atómos e moléculas. Desta, menos de um quarto é visível como estrelas e gás quente. Portanto, uma grande parte da matéria do Universo é "escura" e de natureza desconhecida.

Durante os últimos 10 anos foram desenvolvidos vários programas de investigação para determinar possíveis candidatos para a matéria escura. Uma das possibilidades consiste em partículas sub-atómicas de interacção fraca designadas por WIMPs (Weakly Interacting Massive Particles). Outro dos candidatos a matéria escura são os chamados Machos (Massive Compact Halo Objects), objectos compactos maciços, como estrelas anãs, estrelas de neutrões, buracos negros ou planetas.

Fig.3 Espectro conjunto de uma estrela de campo e do objecto classificado como Macho. Da análise do espectro é possível identificar algumas linhas de resonância de metais e elementos alcalinos, em particular Na, assinauras típicas de objectos estelares frios. Cortesia do ESO.
A detecção de MACHOS é possível através de micro lentes gravitacionais. Ao passar em frente de uma estrela do campo, os MACHOS focam a luz proveniente dessa estrela fazendo com que se observe um aumento da sua luminosidade. Astrónomos usando um dos telescópios do VLT observaram uma estrela de campo com um MACHO sobreposto. Embora não tivesse sido possível separar o conjunto, o espectro conjunto revelou os sinais característicos de uma estrela anã de classe M sobrepostos ao espectro de uma estrela azul da sequência principal. Este novo resultado vem apoiar a hipótese de que uma grande parte da matéria escura é composta por objectos compactos e muito frios.

Observatório Virtual Europeu

No passado número anunciámos o surgimento dos primeiros observatórios virtuais (O.V.). Um observatório virtual é a colecção de todos os arquivos científicos e utensílios informáticos de análise em rede. É agora anúnciado um projecto para um O.V., a três anos, financiado com 4 milhões de Euros pela Comissão Europeia para desenhar e implementar um observatório virtual para a comunidade científica europeia.

Este observatório engloba 6 instituições: o ESO, a ESA, o ASTROGRID, o CDS, o TERAPIX e o Jodrell Bank Observatory. O grande objectivo do Observatório Virtual de Astrofísica (O.V.A.) é permitir à comunidade astrofísica o acesso instantâneo às gigantescas bases de dados astronómicas agora em construção pelas maiores instituições científicas, que irão criar um verdadeiro céu digital.

O O.V.A. providenciará o software necessário aos astrónomos para aceder aos arquivos astrofísicos, por toda a internet, de forma a permitir uma maior eficiência na análise dos dados existentes neste novo Universo Digital.

Fig.4 Os observatórios virtuais irão permitir aos astrónomos combinar os dados obtidos por todos os observatórios, tanto no solo como no espaço, em todos os comprimentos de onda observados abrindo uma nova era da astronomia: a do Universo Digital. Cortesia do ESO.
PM

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