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MUSEUS ASTRONÓMICOS VIRTUAIS
Para bem conhecer a história seja de que temática for, não há como ir aos locais onde essa história se fez. Com a Astronomia não é diferente. Só perante um círculo meridiano, um grande telescópio refractor ou reflector, ou no interior de uma cúpula girante, é que se pode verdadeiramente adquirir a noção do esforço e engenho colocados, nos últimos séculos, ao serviço da exploração e compreensão do Universo. A Internet ajuda a obviar as evidentes limitações que se colocam a uma desejável peregrinação pelos grandes observatórios históricos. Vários destes observatórios disponibilizam visitas virtuais on-line que, se não reproduzem de todo a sensação de estar no local, pelo menos proporcionam ao visitante uma boa noção do património que aí se encontra e do seu significado científico e histórico. Apresentamos seguidamente um breve roteiro de websites através dos quais poderá visitar alguns observatórios de inequívoca relevância para a história da Astronomia moderna. Passemos agora para o outro lado do Atlântico, para visitarmos alguns observatórios americanos emblemáticos, que aliam a preservação do património histórico à investigação moderna. Façamos uma primeira paragem no Observatório Lick, da Universidade da Califórnia. Aí se fizeram, a partir dos finais do séc. XIX, estudos pioneiros na nova ciência da Astrofísica, que, através da espectroscopia, procurava ir além da velha Astronomia de posição, visando a compreensão da natureza física dos objectos astronómicos. A visita virtual ao Observatório Lick é acedida a partir do endereço http://www.irving.org/astronmy. Não tão "realista" como a do Observatório de Greenwich, mas igualmente muito bem estruturada, permite ao visitante ver com algum pormenor vários instrumentos e dispositivos que aí se encontram, entre os quais um grande refractor com objectiva de 90 centímetros. Este foi o maior refractor do mundo até ser construído o do Observatório de Yerkes (Universidade de Chicago), com objectiva de 1 metro. Este último observatório disponibiliza igualmente uma apelativa visita virtual, acessível através do endereço http://astro.uchicago.edu/vtour. Vale a pena visitar este observatório por onde passaram nomes sonantes da Astronomia dos últimos 100 anos, de entre os quais podemos salientar E. Barnard (1857-1923), G. Kuiper (1905-1973) e S. Chandrasekhar (1910-1995). Aqui foi fundado o Astrophysical Journal, uma publicação de referência em Astrofísica. Uma vez em terras (virtuais) dos E.U.A, é obrigatório passar pelo Observatório Hale de Mount Wilson, que aloja o telescópio reflector de 2.5 metros de abertura com o qual Edwin Hubble (1889-1953) fez observações determinantes para a descoberta da expansão do Universo. Neste caso tem-se, não propriamente uma visita virtual, mas antes uma listagem de páginas temáticas, com ligações específicas. Segundo o cabeçalho da página de entrada, é possível aceder virtualmente a zonas interditas aos visitantes que se deslocam ao local. O endereço é http://www.mtwilson.edu (no menu à esquerda seleccione "Tour Mount Wilson Online"). Por motivos de espaço, ficam de fora deste roteiro vários observatórios históricos de grande interesse. Para aceder a uma listagem mais abrangente de visitas virtuais a observatórios astronómicos (históricos e modernos) consulte a página http://tdc-www.harvard.edu/mthopkins/obstours.html, da Universidade de Harvard. Quanto ao nosso OAL, detentor de um importante património histórico, ainda não se proporcionou a disponibilização on-line de uma visita virtual. Pelo que, por ora, mais não podemos fazer do que reforçar o convite ao(à) leitor(a) para vir conhecer, no próprio local, esta casa centenária incrustada no verde da Tapada da Ajuda, com o azul do Tejo no horizonte, e onde se conservam os instrumentos com os quais astrónomos como Campos Rodrigues (1836-1919) e Frederico Oom (1864-1930) desenvolveram trabalhos que, na viragem do séc. XIX para o séc. XX, elevaram a Astronomia portuguesa a um nível de reconhecida excelência. Pedro Raposo OAL |
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