Página - 1- Galáxia espiral NGC7424 2 3- Sistemas planetários em formação
- Galáxia bebé revelada perto da Via-Láctea
4- "O País não pode desperdiçar esses jovens"
  (Ramôa Ribeiro)
5- Universo On-Line:
  No Rasto de Albert Einstein
6- Para Observar em Janeiro
  VISIBILIDADE DOS PLANETAS
  Alguns Fenómenos Astronómicos
  Fases da Lua
  Nascimento, Passagem Meridiana e Ocaso dos Planetas
- Visitas Guiadas ao OAL
- Próxima Palestra Pública no OAL
7- O Céu de Janeiro
Editorial

Qual é a verdadeira situação da Ciência em Portugal?

  Eis iniciado o ano de 2005. Renovo aqui a esperança de um bom ano para todos, a esperança de um ano melhor que os últimos, pelo menos com uma esperança nova e um horizonte mais largo, onde as palavras dos dirigentes científicos sejam mais verdadeiras e correspondam mais às suas acções.
  Após alguns anos de uma política científica onde não se consegue vislumbrar visão ou rumo, urge agora efectuar uma análise isenta e imparcial da situação actual das instituições científicas em Portugal. Esse estudo deveria identificar as carências, as dificuldades, os obstáculos que impedem Portugal de desenvolver o seu enorme potencial científico constituído por jovens de grande valor que desejam fazer algo de positivo pelo seu País. A renovação dos quadros das instituições de ensino e investigação é uma tarefa que a não ser feita comprometerá irremediavelmente o progresso de Portugal. Para que as universidades possam acompanhar a evolução dos tempos, elas têm necessariamente que se tornar mais dinâmicas, mais ligeiras, mais flexíveis, mais inovadoras, tudo características de pessoal jovem que não têm! Enquanto os organismos de decisão científica não optarem por adoptar exclusivamente critérios de conhecimento e competência científica e mantiverem decisões tomadas por razões de categoria hierárquica, continuaremos a reprimir a inovação, a descoberta, o progresso.
  Qual a verdadeira situação da Ciência em Portugal? O que foi feito nos últimos anos (para além da histeria de anunciar milhões para a Ciência que nunca se concretizaram)? Como vai a Ciência contribuir para a melhoria da situação portuguesa? Estas são perguntas que interessam a todos. Interessam aos investigadores que diariamente lidam com a situação actual; interessam aos estudantes que hesitam por uma carreira científica; interessam ao público que reclama melhores condições de vida e mais desenvolvimento.
  Sim, entrámos em 2005 e, inacreditavelmente, existem projectos científicos, aprovados em 2001, mas que pura e simplesmente, o Ministério da Ciência e do Ensino Superior recusa cumprir a sua parte do contrato, alegando que não tem verbas... Onde está pois a credibilidade de anúncios de muitos milhões para a Ciência?! Os que agora isto fazem, serão aqueles que figurarão nos anais da História como responsáveis pelo acentuar do atraso científico (e portanto económico e social) de Portugal nos primeiros anos do novo milénio! É que sem investimento real em Ciência, a conhecida estratégia da União Europeia de se tornar a sociedade mais desenvolvida em 2010, será apenas um motivo de risota do outro lado do Atlântico.
  Ainda existe esperança para recuperarmos a situação da Ciência em Portugal. Mas tal como em qualquer doença, quanto mais avançado for o seu estado, mais difícil será a cura, mais dolorosos terão de ser os métodos a empregar. No quadro da situação europeia e mundial, é agora ou nunca. Não deixemos a situação da Ciência em Portugal piorar mais por negligência, incompetência ou má-vontade. Os nossos filhos e netos nunca nos perdoarão por tamanha falta.

João Lin Yun, Director do OAL
 

O Observatório esclarece as suas dúvidas de astronomia através do endereço electrónico: consultorio@oal.ul.pt

Via Láctea

Questão:

Quantos braços tem a Via Láctea?

  A Via Láctea possui uma estrutura espiral, semelhante à observada em tantas outra galáxias no Universo (ver a imagem da capa). Contudo, a nossa posição, interna à Via Láctea, dificulta o estudo sobre o número e localização destes braços espirais, já que a maior parte da Galáxia se encontra obscurecida por grandes quantidades de poeira.
  Pensa-se que a Galáxia contém quatro braços espirais principais, com origem no centro Galáctico, bem como um número indeterminado de estruturas menores entre eles. Recentemente, em Maio de 2004, um estudo para mapear a distribuição de hidrogénio na Via Láctea, através de observações em rádio (que permite ver através da poeira), encontrou vestígios de um novo braço espiral, situado na região mais externa definida pelos braços espirais previamente conhecidos. É ainda incerto se se trata mesmo de um quinto braço ou se é apenas o remanescente de uma colisão da Via Láctea com uma galáxia mais pequena há alguns milhares de milhões de anos.



A Via-Láctea vista no Infra-Vermelho. Imagem cortesia de E. L. Wright (UCLA), The COBE Project, DIRBE e NASA.

 
"A Astronomia faz uso dos instrumentos mais sofisticados que alguma vez foram concebidos e construídos. A alta tecnologia desempenha um papel de grande importância em Astronomia."
 

Ficha Técnica

O Observatório é uma publicação do Observatório Astronómico de Lisboa, Tapada da Ajuda, 1349-018 Lisboa, Telefone: 213616739, Fax: 213616752; Endereço electrónico: observatorio@oal.ul.pt; Página web: http://oal.ul.pt/oobservatorio. Redacção e Edição: José Afonso, Nuno Santos, João Lin Yun. Composição Gráfica: Eugénia Carvalho. Impressão: Fergráfica, Artes Gráficas, SA, Av. Infante D. Henrique, 89, 1900-263 Lisboa. Tiragem: 2000 exemplares. © Observatório Astronómico de Lisboa, 1995.
A imagem de fundo da capa é cortesia do ESO.

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