>Usando o Telescópio Espacial Hubble (HST), os astrónomos descobriram
mais de 1.000 novos enxames de estrelas a nascer como resultado da colisão
de duas galáxias.
Desde há alguns anos que existem evidências de que
o choque entre galáxias pode despoletar a formação em grande escala de estrelas, dando origem, por exemplo, a galáxias muito luminosas - as chamadas
"starburst". No entanto, nunca tinha sido possível obter uma
imagem suficientemente detalhada de um destes eventos, pelo que
persistiam muitos mistérios.
A Galáxia da "Antena": à esquerda uma imagem obtida a partir da Terra, à direita um detalhe da zona central (HST).
Recentes observações do Hubble vieram alterar a situação. As imagens obtidas
de duas galáxias em colisão,
permitiram ver com um detalhe impressionante os processos despoletados por uma
colisão deste tipo. Comparando então as observações destas galáxias
e de outras anteriormente observadas, os astrónomos depararam-se
com algumas surpresas.
A observação de uma tão grande quantidade de enxames globulares jovens
parece indicar que estes não são necessáriamente relíquias
das primeiras gerações de estrelas formadas numa galáxia (tal como se pensava). Ou seja, estes podem igualmente constituir vestígios de colisões recentes.
As imagens do Hubble parecem indicar igualmente que os enxames de estrelas se formam a partir de nuvens frias de gás, chamadas Nuvens Moleculares Gigantes: ao serem empurradas e contraídas por nuvens de gás quente
resultantes das colisões, estas colapsam, dando origem a miríades de estrelas.
Por seu lado, a determinação das idades destes enxames pode ajudar-nos
a descrever todo o processo de um choque entre galáxias, permitindo
decifrar a sequência de acontecimentos que têm lugar, e
quem sabe, descobrir se este processo é o responsável pela observada
evolução das galáxias espirais para elípticas.
Anteriores observações do HST tinham já permitido concluir que
cerca de 30 das galáxias muito distantes (e portanto, observadas
quando o universo ainda era jovem) pareciam estar a interagir, tal como
a "antena". Isto significa que no passado a colisão entre galáxias
terá sido muito frequente. Mais informações podem ser obtidas em oposite.stsci.edu/pubinfo/Latest.html.
Usando observações do Sol obtidas pela sonda SOHO, os astrónomos
parecem ter encontrado a solução para um dos mais antigos mistérios
solares: a elevada temperatura da coroa solar.
Desde a década de 40 sabe-se que a coroa solar, a camada mais exterior da nossa estrela, encontra-se
a uma temperatura muitíssimo mais elevada que a superfície do Sol.
Enquanto esta última não ultrapassa os 6.000C,
em certos pontos da coroa solar a temperatura chega a atingir 3 milhões de graus. O processo pelo qual são atingidas tais temperaturas tem permanecido um mistério.
É impossível transferir termicamente energia da superfície solar para
a coroa, visto que a primeira se encontra mais fria. Assim, a explicaçãopara tal fenómeno terá de partir do princípio que a fonte de energia
não tem origem térmica.
No entanto, até à data não se tinha encontrado qualquer fonte de energia
capaz de explicar o fenómeno.
As observações agora realizadas pela sonda SOHO (ver O Observatorio, Vol.3, n8) parecem ter desvendado a
misteriosa fonte de energia. Segundo o astrónomo Alan Title (Stanford-Lockheed Institute for Space Research), há agora evidência para a existência de
uma tranferência de energia magnética da superfície do Sol para
a coroa. O campo magnético forma loopings que, quando interagem entre si, provocam
"curto-circuitos" eléctricos e magnéticos. O que aquecerá a coroa
serão as fortíssimas correntes eléctricas provocadas nestes "curto-circuitos".
A energia gerada por este processo parece ser suficiente para ter em conta
as temperaturas observadas. No entanto, a origem dos
loopings magnéticos não é conhecida. Segundo Title,
estes loopings parecem evidenciar que outros processos desconhecidos
tomam lugar perto da superfície do Sol.
Resolvido Mistério Solar?
NMS