O telescópio espacial Hubble (HST) continua a surpreender. Desta feita permitiu acompanhar pela primeira vez a componente óptica de uma explosão de Raios-gama.
Nas últimas duas décadas estes estranhos fenómenos têm desafiado astrónomos e astrofísicos. Apesar de muito frequentes (ocorrem cerca de uma vez por dia), as explosões de raios-gama nunca tinham sido localizadas, até que uma equipe liderada pelo astrónomo Jan van Paradijs da Universidade de Alabama e pela University of Amsterdão, descobriu um objecto difuso (uma fonte não pontual) na posição onde tinha ocorrido uma destas explosões.
A explosão posteriormente seguida pelo Hubble foi pela primeira vez detectada a 28 de Fevereiro por observatórios espaciais de altas energias. Foi então seguida por dois telescópios ópticos tendo sido identificada uma fonte extensa no local onde tinha ocorrido a explosão de Raios-gama. Em apenas oito dias diminuiu a magnitude de 21 para menor que 23, deixando de poder ser seguida pelos telescópios a partir da Terra. Mas no dia 26 de Março o HST reencontrou o objecto, continuando a seguir o seu comportamento. As observações do Hubble mostram claramente a presença de dois componentes: um objecto pontual acompanhado por uma fonte extensa.
O HST vai continuar a observar a fonte, esperando que possa desvendar alguns dos seus mistérios. Entre outras coisas espera-se que seja capaz de determinar a natureza deste objecto e descobrir se estas explosões têm origem galáctica ou cosmológica. Se as observações do HST mostrarem que o objecto extenso não diminui a luminosidade então este será provavelmente uma galáxia distante, e as explosões de Raios-gama terão presumivelmente origem cosmológica. Caso contrário o objecto poderá ser uma nuvem de gás na nossa galáxia, iluminada pela explosão.
A imagem mais nítida de Marte alguma vez obtida a partir da Terra foi agora conseguida pelo HST.
Quando da sua obtensão, no passado dia 10 de Março, o planeta encontrava-se próximo da oposição (em direcção contrária ao Sol como visto da Terra), estando à distância de cerca de 100 milhões de quilómetros. Isto faz corresponder a cada pixel da imagem 22 km na superfície de Marte.
Na imagem podemos claramente ver alguns detalhes na superfície de Marte que são conhecidos dos astrónomos à mais de 100 anos. Entre estes destacamos a calote polar norte, que nesta altura (a imagem foi tirada no último dia da primavera Marciana) está a diminuir, sublimando o gelo de CO e deixando a descoberto a mais permanente camada de gelo de HO. A grande mancha escura imediatamente abaixo do centro do disco é a conhecida Syrtis Major Planitia e a zona escura e circular que envolve o polo norte é chamada Olympia Planitia.
Durante o último ano os astrónomos têm usado regularmente o Telescópio Espacial Hubble (HST) e o International Ultraviolet Explorer (IUE) com o intuito de estudar o cometa Hale-Boop. Os resultados foram agora divulgados e mostram-se surpreendentes.
Foram detectados inesperados aumentos de actividade, durante os quais, em menos de uma hora, a quantidade de poeiras ejectados pelo núcleo do Hale-Boop aumentou por um factor de pelo menos 8 vezes. Isto parece mostrar que a superfície do cometa é extremamente dinâmica, ocorrendo constantemente novas ejecções de matéria, à medida que novas bolsas de material gelado se viram para o Sol. Descobriu-se que os gelos dos diferentes compostos (HO, CO, metano, etc...) sublimam a uma taxa diferente da do gelo de água, o mesmo acontecendo com as poeiras. Tal significa que os diferentes componentes se encontram separados. Este resultado vem contrariar os modelos actuais em que um cometa é visto como "uma bola de gelo suja", nos quais todos os componentes se encontram misturados com o mais abundante, o gelo de água. Concluiu-se também que o nucleo do Hale-Boop tem entre 30 a 40 km de diâmetro. Pensa-se que um cometa médio terá apenas cerca de 5 km de diâmetro; o Hale-Boop é assim um "monstro".
NMS