Go backward to O Céu
do Mês de Junho
Go up to Top
Go forward to A Química
e a Vida no Universo
(Palestra do Mês)
Hipparcos "aumenta" o Universo.
Usando o método da paralaxe trigonométrica (que consiste em medir a variação de posição das estrelas próximas, à medida que a Terra roda em torno do Sol) o satélite europeu Hipparcos mediu, durante os últimos anos, a distância a cerca de 118.000 de estrelas. Os primeiros resultados começam agora a ser divulgados, salientando o quão importante pode ser conhecer distâncias em astronomia.
As estrelas variáveis cefeides são de extrema importância para a astronomia, dado que existe uma relação entre a sua magnitude absoluta (medida do seu brilho intrínseco L) e o seu período de variação P: a relação Período-Luminosidade ou P-L. Dado que são estrelas gigantes muito luminosas, conseguem observar-se com relativa facilidade nas galáxias mais próximas, e por medição simples do seu período e brilho calcula-se a distância que nos separa das galáxias onde se encontram. Servem ainda para determinar a constante de Hubble, que controla a medição de distâncias em larga escala no Universo. É pois fundamental calibrar com grande cuidado a relação P-L, obtendo com a maior precisão a distância a algumas destas estrelas por via trigonométrica. E foi isso o que o Hipparcos fez: a partir das distâncias medidas pelo satélite a 223 estrelas cefeides próximas, verificou-se que estas se encontravam 10 mais afastadas do que se medira anteriormente, o que implica um L maior.
De acordo com os astrónomos M. Feast (Univ. of Cape Town) e R. Catchpole (Royal Greenwich Observatory), com os novos resultados o universo fica, de "um momento para o outro", 10 maior e mais velho. Os resultados do Hipparcos poderão diminuir drásticamente as idades das estrelas mais velhas da nossa galáxia (de 16 para 11 mil milhões de anos), e assim resolver o recente problema criado com a medição da expansão do universo, de onde se obtinha uma idade de 8-10 mil milhões de anos. No entanto, segundo o astrónomo M. Bolte (Univ. California, Santa Cruz), este último resultado baseado nas distâncias inferidas às nuvens de Magalhães, é contrariado por outras observações, que atribuem distâncias inferiores às estimadas pela nova calibração. Segundo Bolte há que ter precauções já que as cefeides observadas pelo Hipparcos se encontram nos limites das capacidades do satélite, e por isso menos precisas. Mais informações encontram-se no endereço http://www.estec.esa.nl/spdwww/hipparcos/V97.
A sonda galileu continua a maravilhar a comunidade científica. As imagens do satélite Joviano Europa obtidas pela sonda em Fevereiro passado parecem mostrar que a sua superfície é bastante mais recente e activa do que se pensava anteriormente.
O gelo na superfície de Europa está repleto de falhas, semelhantes às observadas nos polos terrestres quando o gelo começa a derreter. Essa observação parece confirmar a hipótese de que Europa pode ter uma camada de gelo extremamente fina a envolver um oceano de água líquida ou de "lama". Ao mesmo tempo, as imagens da Galileo criam uma interessante controvérsia quanto à idade da superfície de Europa. Segundo o Dr. C. Chapman (Southwest Research Institute), que usou uma estimativa baseada na quantidade de crateras presentes, podemos estar a ver uma superfície extremamente jovem, com apenas alguns milhões de anos. No entanto, o Dr. M. Carr (US Geological Survey) é mais cauteloso. Segundo ele, as estimativas feitas por Chapman suposeram que a taxa de formação de crateras em Europa foi igual à na Lua, o que pode não ser verdade. Teremos então de esperar por mais imagens de Europa para poder confirmar se a sua superfície é activa; por exemplo, se observarmos geisers. Entretanto foram igualmente divulgados outros resultados da Galileo, entre os quais se destaca a detecção de nebelinas perto do limbo Joviano e imagens de relâmpagos. Mais informações encontram-se no endereço http://www.jpl.nasa.gov/galileo.
O observatório solar orbital SOHO (Solar and Heliospheric Observatory) obteve em Dezembro passado uma série de imagens do Sol, que posteriormente foram juntas e convertidas num filme. Estas imagens foram obtidas por uma equipa de astrónomos chefiada por G. Brueckner (U.S. Naval Research Laboratory), usando uma técnica de coronografia, na qual a luz do disco solar é bloqueada, permitindo-nos assim ver a sua ténue atmosfera. O filme obtido mostra o Sol a deslocar-se perante as estrelas de fundo, e possibilitou a observação de alguns fenómenos pontuais na "nossa" estrela. Entre estes destacam-se a queda de um pequeno cometa e algumas ejecções de matéria. As imagens encontram-se no endereço http://lasco-www.nrl.navy.mil/lasco.html.
NMS e RJA