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do Mês de Julho
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METEORITOS
(Palestra do Mês)
Um retrato de família
Uma imagem obtida pela nova câmara de Infra-vermelho, NICMOS, do telescópio espacial Hubble (HST) revelou a existência de seis estrelas "bebés" a rodear a sua mãe, uma estrela brilhante e massiva.
Segundo os astrónomos, esta estrela (que se encontra mergulhada na "nebulosa do cone"), terá sido a responsável pelo nascimento das estrela jovens agora observadas. Durante o processo de formação, uma estrela massiva ejecta grandes quantidade de gás e poeiras a alta velocidade. Ao embater numa nuvem, este material dá origem a zonas mais densas, que podem começar a condensar (agregando gravitacionalmente mais gás e poeiras) originando novas estrelas.
Em baixo, à esquerda, podemos ver uma imagem em comprimentos de onda do visível (ou óptico) "da nebulosa do cone". Nao podemos no entanto ver a "maternidade" (dentro do pequeno rectângulo), já que esta se encontra obscurecida por gás e poeiras. Na imagem da direita, obtida pela câmara de Infravermelho do HST (em comprimentos de onda de 1.1, 1.6 e 2.2 microns), podemos ver não só a estrela massiva mas também as 6 jovens estrelas que se formaram à sua volta.
De notar que as estrelas recém nascidas estão apenas entre 0.4 a 0.8 anos luz da estrela brilhante. É mais uma demostração da capacidade que o HST tem para resolver objectos muito próximos. Notar igualmente que os anéis concêntricos em torno da estrela brilhante não fazem parte da imagem, mas constituem um padrão de difracção da luz quase perfeito (tal como seria de esperar se o sistema óptico fosse ideal).
Colisão entre Supernovas.
O telescópio espacial Hubble (HST) continua a revolucionar a astronomia. Desta vez teve um papel essencial na descoberta da interacção entre duas ou mais supernovas numa galáxia que se encontra a 17 milhões de anos luz de nós.
O objecto foi inicialmente detectado com o auxílio de um telescópio óptico (em Kitt Peak) e pelo satélite de Raios-X ROSAT. O seu grande brilho levou os astrónomos a pensar que se tratava de uma supernova recente. No entanto, uma análise mais detalhada, mostrou que a composição química e a velocidade de expansão não correspondiam ao esperado se a fonte fosse uma supernova "jovem". Tinha, sim, todas as características de uma supernova mais antiga, não se compreendendo então como podia estar ainda tão brilhante.
Usando então o HST, os astrónomos William Blair (Johns Hopkins University), Robert Fesen (Dartmouth College) e Eric Schlegel (Harvard-Smithonian Center for Astrophysics) conseguiram desvendar o mistério. O objecto, que parecia uma simples supernova quando observada a partir da Terra, mostrou claramente ser o restos de dois ou mais objectos destes em colisão.
Quando uma estrela massiva explode numa supernova, o gás é lançado em todas as direcções a mais de 35 milhões de quilómetros por hora, produzindo uma onda de choque ao encontrar gás do meio interestelar. A imagem do Hubble mostra o que parece ser o choque entre o gás expelido por duas ou mais supernovas, sendo a luz que nos chega proveniente desta colisão e não das supernovas em si. Os astrónomos tinham previsto a ocorrência destes fenómenos, mas dada a curta escala de tempo em que ocorrem (apenas algumas centenas de anos) nunca tinham sido observados.
A galáxia onde está a ocorrer a colisão é conhecida por NGC 6946. Esta galáxia parece ter explosões de supernovas com grande frequência: desde 1917 já foram detectadas 6. Isso parece indicar que a galáxia terá uma grande taxa de formação de estrelas massivas (com um curto tempo de vida e que acabam as suas vidas com uma explosão deste tipo).
Uma imagem da galáxia NGC 6946 e do choque entre supernovas encontra-se disponível no endereço http://www.jhu.edu. Outras imagens e mais informações sobre o HST podem ser encontradas em http://oposite.stsci.edu/pubinfo/Pictures.html.