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EDITORIAL

Astronomia, Clima e Ambiente

Terminou há alguns dias atrás a conferência de Kyoto, dedicada aos problemas do meio ambiente, criados pela actividade humana, com especial incidência sobre o aquecimento global, isto é, a subida da temperatura média da Terra devida à produção e libertação para a atmosfera de gases como o dióxido de carbono (CO2), metano, óxido nítrico, etc.

Infelizmente, devido à pressão dos lobbies industriais, o acordo conseguido é de tal forma insuficiente que dificilmente se poderá chamar de "acordo". Infelizmente para todos nós, habitantes do planeta Terra, os interesses comerciais e económicos falaram mais alto do que o bom-senso, e a vontade de garantir um ambiente saudável para as gerações vindouras. Apesar de gostarmos dos nossos filhos, as escolhas feitas pelos governantes nesta conferência, tal como em outras anteriores, comprometem seriamente o bem-estar das nossos descendentes.

Resultante da queima desenfreada de combustíveis fósseis, o lançamento para a atmosfera de quantidades extraordináriamente altas de CO2 (ver gráfico na caixa anexa ao lado), tem como consequência a subida da temperatura média da Terra, com alteraçõesclimáticas catastróficas que, entre vários problemas, põem em risco a produção de recursos alimentares da Terra.

No decorrer dos próximos números, iremos dedicar uma série de artigos de carácter científico e didáctico, que explicarão o problema sério do aquecimento global. Os astrónomos que se dedicam a estudos de planetologia, pela sua visão universal e global do planeta Terra e dos seus vizinhos Vénus e Marte, estão numa posição priveligiada para se pronunciarem sobre este assunto.

Neste Editorial, queremos apenas chamar a atenção para as palavras de dois investigadores americanos, Revelle e Suess, que já em 1957 lançavam o seguinte aviso: Os seres humanos iniciaram uma experiência geofísica de larga escala de um tipo que não poderia ter acontecido no passado nem pode ser reproduzida no futuro. Num período de alguns séculos, estamos a devolver à atmosfera e aos oceanos o carbono orgânico concentrado que havia sido armazenado nas rochas sedimentares durante centenas de milhões de anos.



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