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(Palestra do Mês)

Notícias

Gelo na Lua.

Dados recentemente recolhidos pela sonda Lunar Prospector (NASA) parecem indicar que pode existir água na Lua.

A circulação atmosférica num planeta ajuda a uniformizar a sua temperatura. Ora, dada a sua pequena massa, a Lua não consegue reter uma atmosfera. Este facto, juntamente com a longa duração do ciclo diurno (aproximadamente 29 dias), tem como consequência grandes amplitudes térmicas na superfície lunar. A sua temperatura pode mesmo variar entre os -170o C do lado não iluminado, até aos 130o C nas regiões iluminadas pelo Sol. Qualquer pedaço de gelo localizado numa região iluminada acaba então por sublimar, e finalmente escapar da superfície da Lua. A existência de gelo só será então possível caso este se encontre em locais permanentemente à sombra. Locais nestas condições podem apenas existir nos polos lunares, e em particular no fundo de crateras nessa região da Lua.

Já nesta década, a sonda americana Clementine tinha detectado a presença de gelo em algumas crateras nos polos lunares. Recentes medições obtidas pela sonda Lunar Prospector parece ter agora confirmado as suspeitas. Os dados recolhidos pela sonda parecem indicar que existe gelo em quantidades significativas em algumas crateras polares. No entanto, a concentração deste é bastante pequena. Não podemos falar em "icebergues" e muito menos em calotes polares:o que a sonda detectou foi a presença de gelo misturado com solo lunar, numa proporçãode cerca de 1 para 100 (ou mesmo menos). A sonda descobriu igualmente que a concentraçãode gelo no polo sul lunar é cerca de metade da encontrada no polo norte lunar.

Para além das enormes perspectivas que esta descoberta abre para a exploração da Lua, do ponto de vista científico o interesse é igualmente apreciável. A origem do gelo lunar não se encontra bem estabelecida, embora se pense que este terá sido trazido por cometas que cairam no nosso satélite natural. Assim, as quantidades de água observadas podem servir de indicadores para a frequência de impactos de cometas ao longo da história do Sistema Solar.

Além da descoberta de água no nosso satélite natural, a Lunar Prospector acabou igualmente de produzir o primeiro mapa da gravidade para toda a superfície da Lua. As pequeníssimas variações de gravidade nas diferentes regiões do satélite tiveram origem quando massas de lava encheram crateras de impacto, numa altura em que a Lua se encontrava ainda geologicamente activa.

A sonda Lunar Prospector vai continuar em órbita lunar durante os próximos meses, prosseguindo o estudo do nosso satélite natural. Embora esteja activa há apenas 2 meses, os resultados obtidos prometem mais e fascinantes descobertas.


Terra versus Asteróide.

O Sistema Solar contém milhares de asteróides. Mas um em particular chamou a atenção de toda a humanidade: o calculo dos dados orbitais para o asteróide 1997 XF11 pareciam indicar que este se encaminhava para a Terra.

Este asteróide, com um diâmetro de aproximadamente 1,5 km, foi descoberto em Dezembro do ano passado. Os primeiros cálculos referentes à sua órbita previam a sua passagem a menos de 50.000 quilómetros da Terra, no dia 26 de Outubro de 2028. Estes cálculos eram verdadeiramente assustadores, já os erros existentes apontavam mesmo para a possibilidade de um choque com o nosso planeta. Para melhor confirmar a hipótese, os astrónomos recorreram a placas fotográficas obtidas em 1990 no observatório de Palomar. Foi assim possível conhecer a posição do asteróide ao longo dos últimos 8 anos, o que pemitiu refinar os dados orbitais. Os novos elementos orbitais colocam de fora a hipótese de este colidir com o nosso planeta: o asteróide passará a uns seguros 106 quilómetros da Terra.

A ameaça da queda de um asteróide na Terra foi já motivo para várias histórias e filmes. Na realidade, o perigo de um tal evento ultrapassa a ficção. Várias são as crateras de impacto conhecidas na Terra, algumas das quais com centenas de quilómetros de diâmetro. Os estragos produzidos pela queda de um asteróide destes no nosso planeta seriam incalculáveis. Não nos podemos esquecer que a extinção dos dinossaurios, à cerca de 65 milhões de anos, pode ter tido como causa a queda de um corpo idêntico a este.

Mais detalhes sobre ambas as notícias em oposite.stsci.edu/pubinfo/Latest.html.

NMS



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