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Missões Espaciais Astronómicas

Nos últimos anos deste milénio tem-se assistido a uma nova etapa na astronomia de raios-X. Após observatórios como o Einstein (ver O Observatório de Dezembro de 1997) ou o Rosat (ver O Observatório de Dezembro de 1998), que possibilitaram os primeiros estudos detalhados do Universo nesta região do espectro electromagnético, estamos agora a conhecer os primeiros resultados do Chandra X-ray Observatory (ver Notícias neste número), lançado no passado mês de Julho pela NASA, e prepara-se o lançamento pela Agência Espacial Europeia (ESA) do XMM (X-ray Multi Mirror), planeado para este mês de Dezembro. Com sensibilidades e resoluções nunca antes alcançadas neste domínio do espectro electromagnético, estes observatórios, que estarão em funcionamento durante vários anos, prometem revolucionar a astronomia de raios-X.

As áreas de investigação onde se esperam contribuições significativas destas missões, com as suas capacidades inovadoras para imagem e espectroscopia, incluem:
 


Uma das primeiras imagens obtidas pelo Chandra foi a do quasar PKS 0637-752. As observações anteriores desta fonte indicavam- -na como uma fonte pontual nos raios-X, esperando-se que ela servisse para calibrar outras observações. Porém, graças à melhoria na resolução, é possível identificar um jacto que se estende por mais de 200.000 anos-luz, uma estrutura também evidente no rádio.

O quasar PKS 0636-752 em raios-X (em cima), imagem obtida pelo Chandra e no rádio (em baixo), numa imagem do Australian Telescope Compact Array. Créditos: NASA/CXC/SAO e ATCA.

O jacto observado deve ter origem na acrecção de matéria para um buraco negro supermassivo neste quasar, e é o movimento das partículas deste jacto no campo magnético gerado que origina a emissão: nos raios-X para as partículas mais energéticas, no rádio para as de menor energia. É possível ver que o jacto no rádio se estende mais que nos raios-X (sendo até possível identificar uma curva), fruto da perda de energia das partículas à medida que interagem com o meio envolvente

O XMM, que entrará em funcionamento em breve, terá uma sensibilidade maior que o Chandra, mas a sua resolução será pior. Contará com a inovação de possuir, para além dos instrumentos dedicados à observação dos raios-X, um telescópio de 30 cm para efectuar observações simultâneas no óptico e ultravioleta, o que ajudará a identificar as fontes responsáveis pela emissão em raios-X.

JMA



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