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Notícias

Planetas e mais planetas

O debate sobre a existência ou não de anãs castanhas (estrelas cuja massa não é suficiente para que no seu interior se dêem processos de fusão nuclear) preenchia muitas páginas das revistas científicas até há bem poucos anos. A descoberta em 1995 de uma anã castanha a orbitar a estrela Gliese229 veio pôr um ponto final ao debate. Hoje a existência de anãs castanhas é um facto adquirido, sendo conhecidos dezenas de objectos desse tipo. Na realidade, o número de estrelas de pequena massa encontradas é de tal forma elevado que novas classes de estrelas tiveram de ser definidas: às tradicionais classes espectrais OBAFGKM acrescentam-se hoje as estrelas L e T (ainda mais "leves" e frias).

Pouco tempo após a descoberta da primeira anã castanha, os astrónomos anunciaram a descoberta de um planeta gigante (do tipo de Júpiter) em torno da estrela 51Peg (na constelação de Pégaso). Hoje mais de 20 planetas extrasolares são conhecidos, mas devido há grande proximidade com as estrelas que orbitam, a sua observação directa nunca foi possível (ver O Observatório, Vol. 5, no 5). Mas agora, uma equipa liderada pela astrónoma M. Zapatero-Osorio (Instituto de Astrofísica das Canárias, Espanha) anunciou a descoberta de dezenas de planetas gigantes no enxame σOrionis (na constelação de Orion). Estes planetas, ao contrário dos planetas do sistema solar, encontram-se "livres", não orbitando em torno de nenhuma estrela.

A sua detecção foi possível utilisando imagens de longa exposiçãono infravermelho próximo: quando um planeta do tipo de Júpiter é jovem emite muita radiação no infravermelho, e desse modo é possível a sua observação desde que este não se encontre muito próximo de uma estrela (muito mais brilhante, "ofuscando" assim a luz do planeta). Usando de seguida teorias de evolução planetária, e tendo em conta o brilho e as cores observadas no infravermelho, foi possível aos astrónomos determinar a massa dos corpos observados.

Os astrónomos esperam agora poder obter espectros dos objectos observados de forma a poderem confirmar se se tratam verdadeiramente de planetas ou se estamos perante estrelas longínquas muito "avermelhadas" pela poeira interestelar (um efeito semelhante ao provocado pela poeira presente na atmosfera terrestre, que "pinta" o Sol de tonalidades avermelhadas quando este se encontra muito baixo no horizonte). Vindo a confirmar-se, esta descoberta parece mostrar que os planetas são corpos perfeitamente "vulgares" no universo. Mas os novos resultados abrem igualmente muitas novas questões. Por exemplo, sendo os novos planetas corpos "livres", a questão "onde acaba uma estrela e começa um planeta?" torna-se mais difícil de responder.

Nebulosa do Caranguejo, uma nova perspectiva.

Com o lançamento do observatório de raios-x, CHANDRA, não se tem parado de obter novos dados sobre o universo. E, em particular, as observações em objectos conhecidos do grande público, como é o caso da Nebulosa do Caranguejo, revelam uma nova imagem da nebulosa.

Nesta nova imagem é possível verificar a existência de vários anéis ,que são na realidade, ondas de partículas de alta energia que se afastam do objecto central- uma estrela de neutrões.

Imagem da Nebulosa do Caranguejo obtida com o Stélite de raios-X CHANDRA. Cortesia da NASA/CXC/SAO .

Perpendicularmente a estes anéis existem jactos de partículas de alta energia que se afastam da estrela de neutrões.

Inicia-se agora uma nova etapa que é a de compreender, com mais pormenor, todos os mecanismos físicos responsáveis por estes fenómenos.

NS & PM



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