Numa corrida contra o tempo, os astrónomos foram capazes de observar pela primeira vez uma explosão de raios- em comprimentos de onda visíveis.
Nos últimos anos os astrónomos viram-se confrontados com mais um mistério: as explosões de raios-. Inicialmente detectadas por satélites de altas energias (capazes de observar o céu em comprimentos de onda correspondentes aos chamados raios-), estes fenómenos, geralmente de muito curta duração (apenas alguns minutos), têm permanecido um mistério até aos dias de hoje (ver, e.g., O Observatório, vol.4, n.6, pag.3). Mas agora, e pela primeira vez, os astrónomos foram capazes de observar uma destas explosões em comprimentos de onda visíveis, o que vai com certeza permitir abrir um novo capítulo sobre o estudo destes fenómenos.
A explosão em causa foi inicialmente detectada pelo satélite de raios- da NASA Compton Gamma Ray Observatory. Uma primeira estimativa da sua posição no céu foi imediatamente feita, e a informação foi enviada para diversos observatórios ópticos em todo o mundo. Num extraordinário esforço de colaboração, e apenas 22 segundos após a detecção, astrónomos no Robotic Optical Transient Search Experiment em Los Alamos (EUA), puderam observar a região do céu onde a fonte se encontrava. O resultado foi inesperado: descobriram um objecto de magnitude 9 (possível de observar com um bom par de binóculos). Em apenas 8 minutos, a fonte diminuiu o brilho de cerca de 100 vezes, tornando-se rapidamente num objecto apenas observável com o auxílio de grandes telescópios.
Entretanto, e nas horas que se seguiram, os "restos" da explosão foram observados com o auxílio de diversos instrumentos, entre os quais o telescópio de 1.5m do Monte Palomar e o telescópio Keck II de 10 metros(no Hawaii), o que permitiu determinar a distância a que esta teve lugar: cerca de 9 mil milhões de anos-luz, ou seja, mais de metade da distância até ao limite do universo observável.
Os astrónomos esperam que estas observações possam ajudar a determinar com mais exactidão a natureza destas enigmáticas explosões.
Mais detalhes podem ser encontrados em http://www.nasa.gov/today/index.html.
Hubble com problemas.
A NASA está a fazer todos os esforços para que no mês de Outubro seja lançada uma missão do Space Shuttle, para substituir todos os instrumentos danificados e colocar novos instrumentos com o fim de melhorar as capacidades do Telescópio Espacial Hubble.
Descobriu-se recentemente que o Hubble estava, mais uma vez, com problemas. A razão destes problemas está relacionada com o sistema de orientação do telescópio, mais propriamente com os giroscópios. Os giroscópios são os instrumentos responsáveis pelo sentido de orientacão e posicionamento do telescópio espacial. No entanto, não existem razões para alarmes, pois três dos seis giroscópios ainda estão a funcionar normalmente.
O planeamento desta missão de salvamento, por parte da agência espacial norte americana, deve-se em grande parte a dois factores. O primeiro é sem dúvida o facto de o Hubble ser o único instrumento óptico em órbita e o segundo o facto de ainda possuir um tempo de vida considerável. Para além de pretenderem substituir os giroscópios, a NASA planeia também substituir o computador instalado no Hubble e o sensor de guiagem.
No entanto a NASA não quer ficar apenas por estas modificaçcões. Uma das ideias é instalar uma câmara, Advance Camera for Surveys, para captar objectos 10 vezes mais fracos dos que actualmente são observados pela Faint Object Camera.
Para além destas alteraçcões de carácter mais científico irão ser trocados os painéis solares e ainda será instalado um dispositivo com a função de transportar o calor, gerado nos instrumentos científicos, para o exterior. Com estes melhoramentos e uma vez que grande parte dos instrumentos trabalham com baixas temperaturas será possível rentabilizar o tempo de observação e reduzir os custos de operação do telescópio espacial Hubble.
NS & PM