Duas equipas de astrónomos norte-americanos divulgaram recentemente ter descoberto o primeiro sistema planetário extrasolar.
Desde que em 1995 foi descoberto o primeiro planeta a orbitar em torno de outra estrela (que não o Sol), o número de planetas extrasolares não pára de aumentar. No entanto, até há pouco tempo, os "novos" planetas tinham a particularidade de estarem "sozinhos". Mas agora, duas equipas de astrónomos do Observatório de Lick e do Smithonian Astrophysical Observatory (EUA), revelaram que um dos planetas que tinha já sido descoberto não se encontra só, mas possui outros 2 companheiros. Estes 3 planetas, que orbitam a estrela Upsilon And (na constelação da Andrómeda), formam assim o primeiro sistema extrasolar conhecido.
O sistema planetário agora descoberto não é no entanto em nada parecido ao nosso. Os seus 3 planetas possuem massas superiores a 0,72, 1,98 e 4,11 vezes a massa de Júpiter (o maior planeta do Sistema Solar), e orbitam a Upsilon And em, respectivamente, 4,6, 242 e 1269 anos. Estamos então perante um sistema de "super-pesados".
Existem no entanto ainda algumas dúvidas quanto à natureza deste sistema. Em particular, o método utilizado para os descobrir (determinação da velocidade da estrela segundo a nossa linha de visão, a partir do desvio espectral causado pelo efeito de Doppler; o método mede portanto a variação de velocidade à medida que a estrela roda em torno do centro de massa do sistema estrela/planeta(s)) permite obter apenas limites inferiores para a massa dos planetas. Este facto pode levar a pensar que os objectos agora descobertos não são planetas mas sim estrelas de pequena massa (e.g., anãs castanhas). No entanto, a probabilidade de que isso seja verdade é muitíssimo baixa (da ordem de 1/40.000). Mas esta não é a única dificuldade: a velocidade observada poderá dever-se a variações intrínsecas da estrela, tais como fenómenos de pulsação ou actividade magnética. Outras questões se colocam quanto à estabilidade gravitacional de um sistema como este. Deve-se, no entanto, dizer que a forma mais credível de explicar o observado é mesmo supondo que estamos perante o primeiro sistema planetário extrasolar.
Esta descoberta reforça cada vez mais a ideia de que o Sistema Solar não está só no Universo, e que muitos outros planetas existem em torno de outras estrelas. Embora até hoje as técnicas utilizadas não nos tenham permitido descobrir sistemas planetários semelhantes ao nosso, essa descoberta não deve tardar, e talvez dentro de alguns anos possamos apontar para o céu e dizer "em torno daquela estrela existe um planeta azul".
Mais detalhes sobre esta notícia podem ser encontrados em www.physics.sfsu.edu.
Buracos Negros de Peso Médio
No mês passado, um grupo de astrofísicos da NASA e da Universidade de Carnegie Melloon anunciaram a descoberta de um novo tipo de buracos negros.
Os buracos negros são objectos físicos que resultam da concentração da massa de certas estrelas em regiões muito diminutas. Isto provoca uma alteração nas propriedades do espaço-tempo em seu redor o que impossibilita que a luz escape dessa região.
Até à data apenas se conheciam dois tipos de buracos negros: os buracos negros estelares e os buracos negros supermassivos. Os primeiros formam-se quando estrelas de grande massa, maior do que algumas massas solares (M), esgotam o seu combustível nuclear e colapsam para regiões com alguns kilometros de raio. O segundo tipo de buracos negros, supermassivos, que se pensa que existam no centro de certas galáxias, têm massas superiores a um milhão de massas solares. Estes ter-se-ão formado quando gigantescas nuvens moleculares colapsaram.
O novo tipo de buraco negro, com massas compreendidas entre 100 e 10000 M, têm dimensões menores do que a da Lua.
Tal como acontece com os outros tipos de buracos negros, estes
últimos,
só são detectados quando se observam na região dos raios-X do espectro
electromagnético.
A emissão destes raios-X ocorre quando o gás que cai para o buraco negro numa órbita em espiral, choca entre si aumentado a sua temperatura até milhões de graus emitindo depois em raios-X.
NS & PM