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Urano com mais um satélite

Numa altura em que os astrónomos começam a descobrir planetas em torno de outras estrelas, o estudo do nosso próprio Sistema Solar parece perder um pouco a atenção. No entanto, muitos mistérios continuam por desvendar, tal como o demonstra a descoberta recente do 18o satélite natural de Urano.

Desde que Urano foi descoberto (1781, por William Herschel), que se sabe que possui vários satélites naturais. O próprio William Herschel descobriu os 2 maiores. Mais tarde, em 1851, William Lassell descobriu mais 2, e um século mais tarde um quinto satélite foi descoberto (por Gerard Kuiper). Nos anos mais recentes, e em particular com a passagem da sonda Voyager 2 por Urano, o número de satélites de Urano conhecidos aumentou para 17. A grande distância a que se encontra Urano do Sol faz com que as pequenas luas sejam muito pouco brilhantes, e assim difíceis de descobrir.

Mas agora, astrónomos norte-americanos anunciaram ter descoberto mais uma lua de Urano. Esta nova lua, com o nome de S/1986 U 10, foi descoberta a partir da análise de imagens obtidas em 1986 pela sonda Voyager 2. A comparação com imagens obtidas pelo telescópio espacial Hubble (HST) permitiu confirmar a descoberta. A nova lua, com um tamanho modesto - não ultrapassa os 40 km de diâmetro (aproximadamente o tamanho do núcleo do cometa Hale-Bopp) - orbita Urano em cerca de 15h, a uma altitude de 51.000 km acima das nuvens do planeta gigante.

Até ao momento são conhecidos 66 satélites naturais para os diversos planetas do Sistema Solar. Saturno, e agora Urano, com 18 luas, são os recordistas. Atrás destes encontra-se Júpiter (16), Neptuno (8), Marte (com 2 pequenas luas) e a Terra, sem esquecer Plutão, que viaja em torno do Sol acompanhado de Caronte. Para terminar a lista, hoje são igualmente conhecidos 2 asteroides, Ida e Eugénia, que possuem cada um a sua pequena lua.

A Nuvem Barnard 68.

Recentemente astrónomos do European Southern Observatory (ESO), em colaboração com astrónomos norte-americanos, fizeram uma descoberta fantástica.

Observando uma nuvem escura do meio interestelar, a Barnard 68, com o instrumento FORS1 acoplado ao telescópio NTT (em La Silla) conseguiram detectar pela primeira vez estrelas que se encontram por trás da nuvem. Além disso conseguiram também detectar indícios de estrelas em formação no seu interior.

Uma das propriedade mais relevantes destas nuvens é que elas não permitem a passagem da luz proveniente de estrelas que se encontrem atrás, ou seja, são opacas. Estudando a atenuação total da luz proveniente das estrelas existentes por trás da nuvem concluíram que o factor de atenuação é de 1014.

Para termos uma ideia da importância deste valor considere-se a seguinte experiência mental. Colocando uma placa com o mesmo grau de obscuração entre nós e o Sol, o Sol passaria então a ter uma magnitude de 9. Ou seja, seria 15 vezes menos brilhante para ser detectado a olho nú.

Imagem da nuvem Barnard 68. Cortesia do ESO.

Com os dados recolhidos foi possível saber que esta é uma nuvem que se encontra nas fases iniciais do colapso gravitacional. E o que estamos a ver são as fases iniciais da formação de estrelas nesta nuvem. A duração desta fase é da ordem dos 100000 anos, após a qual as estrelas tornar-se-ão adultas.

NS & PM



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