No passado dia onze de Agosto mais de quatrocentas pessoas vieram até às instalações do Observatório Astronómico de Lisboa ( OAL ) na Tapada da Ajuda para observar o eclipse parcial do Sol e aprender algo mais sobre a nossa estrela.
Quem se deslocou até à Tapada teve ao seu dispôr vários telescópios especialmente preparados para o efeito, com filtros solares e montagens de projecção, assim como óculos adequados disponibilizados pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL). Além disso, e principalmente quem esteve no OAL pôde ainda assistir a uma palestra de divulgação científica ácerca do Sol e outras curiosidades astronómicas. Esta espécie de aula mais informal, com numerosas intervenções e perguntas de toda a assistência, decorreu na bela sala central do centenário edíficio do Observatório e teve como pano de fundo um ecrãn gigante onde era projectada, em directo e constantemente actualizada, uma imagem digital de alta resolução do Sol eclipsado (ver figura). Tanto as imagens como a palestra foram divulgadas em directo pela internet, para todo o país (e todo o mundo), através das páginas do OAL-FCUL.
As imagens de alta resolução obtidas nas instalações do OAL, permitem ver com grande detalhe as manchas solares e a zona de sombra. Tal só é possível porque para a captação daquelas foi utilizada uma câmara de CCD o que possibilita a disponibilização imediata da imagem em formato digital. A vantagem deste formato, além do seu grande pormenor, é notória pois, nessa mesma tarde, as imagens recolhidas pelo OAL-FCUL foram utilizadas na primeira página de "A Capital", levando a muito mais gente (nem todas as pessoas têm a possibilidade de se ligar à internet) o registo deste fenómeno, cumprindo assim, duma forma ainda melhor, o objectivo a que permanentemente nos propomos: dar a conhecer ao maior número de pessoas o maravilhoso mundo da Astronomia.
Aqueles que preferiram ficar em frente ao computador, a ver as imagens, a assitir à palestra e a pôr perguntas via internet, sentiram algumas dificuldades pois o afluxo de ligações foi tanto que a rede nacional de computadores ficou literalmente entupida; são coisas que acontecem num país onde as "auto-estradas da informação" são ainda "caminhos de cabras".
Enfim, o balanço final desta iniciativa foi muito positivo pois uma vez mais constatámos o grande entusiasmo que esta ciência desperta num grande número de pessoas de todas as idades, facto que muito nos agrada e estimula a continuar em frente.
Imagem do eclipse no seu ponto máximo. Atente-se ao pormenor com que se conseguem ver as manchas solares. As imagens que podem ser obtidas na internet têm uma resolução muito melhor que esta aqui impressa.
Uma selecção das melhores imagens obtidas pelo OAL, bem como um filme de alta definição do eclipse, estão ao dispôr de todos nas nossas páginas (http://www.oal.ul.pt). A sua utilização é livre desde que se dêem os devidos créditos a OAL-FCUL.
Rui Marreiros
Observatório Astronómico de Lisboa