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Cauda da héliosfera inclinada.

O Sol emite partículas carregadas que formam o vento solar e que seguem as linhas do campo magnético solar, preenchendo uma grande região do espaço envolvente. Estas partículas acabam, naturalmente, por envolver todo o Sistema Solar no que se designa por héliosfera.

Durante o movimento que o Sistema Solar descreve em torno do centro galáctico vai encontrando no seu percurso nuvens, filamentos e bolhas de matéria interestelar com dimensões variáveis e com diferentes composições químicas. As partículas do vento solar, que estão localizadas nas fronteiras da héliosfera, formam uma barreira que deflecte as partículas carregadas do meio interestelar. Desta forma, a parte mais interna do Sistema Solar fica protegida desta matéria interestelar, nomeadamente o planeta Terra, pois estes encontros podem alterar o clima na Terra.

A interacção entre a héliosfera, a poeira e o gás que constituem a matéria interestelar, confere à héliosfera uma forma parecida à de um cometa, com coma e cauda. Quando a héliosfera encontra uma região do espaço com matéria interestelar forma-se uma onda de choque designada por choque em arco.

Fig. Visão artística da interacção entre o meio interestelar e a Héliosfera do Sistema Solar.
Portanto, quando a héliosfera atravessa uma zona de matéria interestelar forma-se sempre uma onda de choque que, necessariamente, acaba por influenciar a orientação da cauda desta. Há cerca de 10 mil anos o Sistema Solar entrou numa nuvem de matéria interestelar dando origem à inclinação da cauda da héliosfera.

Recentemente, uma equipa de investigadores conseguiu medir a inclinação da cauda da héliosfera relativamente à direcção do movimento do Sistema Solar (ver figura). Descobriram que a cauda tem uma inclinação de 12 graus. Esta descoberta foi conseguida utilizando as medições da sonda Voyager e observando o brilho da onda de choque na região do ultravioleta conhecido como o brilho de Fermi. A compreensão deste fenómeno permitirá prevêr a influência a longo prazo no tempo e clima de todo o Sistema Solar e em particular na Terra!

A explosão de uma estrela.

O estudo de restos de supernovas permite aos astronómos perceber como é que os elementos químicos se distribuem no meio interestelar. Estes estudos possibilitam também uma melhor compreensão da quantidade de energia libertada durante a explosão da estrelaque deu origem à supernova. A energia cinética da matéria expelida durante a explosão é, em parte, depositada no meio interestelar durante o choque entre os dois meios (matéria expelida versus matéria do meio interestelar). O choque faz elevar a temperatura do gás em interacção até atingir valores da ordem dos milhões de graus Celsius. Esta energia é posteriormente emitida sob a forma de raios-X.

Fig. Sobreposição de várias images obtidas no rádio (vermelho), no óptico (verde) e em raios-x (azul) de uma remanescente de supernova na Pequena Núvem de Magalhães. Cortesia da NASA/CXC/SAO, NASA/HST e ATCA.
Analisando estes objectos em diversas regiões do espectro electromagnético os astrofísicos podem compreender muito melhor como é que todo o processo físico se desenrola. Usando o satélite de raios-X Chandra obteve-se uma das imagens que compõem a imagem mostrada em cima.


PM



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