Página - 1 - Galáxia NGC1300 2 3 - Medindo a massa de uma estrela
- O centro negro da Galáxia
4 - Impactismo na História da Terra 5 - No céu tudo é perfeito? 6 - Para Observar em Março
  VISIBILIDADE DOS PLANETAS
  Alguns Fenómenos Astronómicos
  Fases da Lua
  Nascimento, Passagem Meridiana e Ocaso dos Planetas
- Visitas Guiadas ao OAL
- Próxima Palestra Pública no OAL
7- O Céu de Março
Editorial

O importante papel dos professores

  Aproxima-se a Primavera e com ela o renascer cíclico da Natureza. Dia 21 de Março, o Sol efectuará a sua passagem pelo ponto vernal, passando do hemisfério sul celeste para o hemisfério norte celeste. Para os locais da Terra localizados no hemisfério norte, terminará então o inverno com os dias a tornarem-se rapidamente mais longos e mais quentes devido à altura do sol à mesma hora do dia aumentar dia após dia.
  Nas escolas, o ano escolar aproxima-se do seu último período com professores e alunos atarefados com aulas, trabalhos, testes e preparativos para exames finais. Isto leva-me a reiterar como é fundamental o papel dos professores no processo educativo de formar e treinar as gerações futuras. Devido à importância desta questão, penso não ser demais reafirmar o que disse anteriormente:
  "Num País como o nosso, esta aposta (no conhecimento, ciência e investigação) inclui encontrar uma forma de investimento mais racional e mais eficiente em educação. Uma forma que mobilize o entusiasmo dos professores, os quais desempenham um papel de importância fundamental. Cabe a eles motivar os estudantes, mas para isso têm de estar eles próprios fortemente motivados. Há que oferecer-lhes boas condições de trabalho e apoios para desenvolverem uma acção dedicada que lhes permita fazer a diferença. Para que possam ter orgulho em afirmar (no bom sentido!): "Eu faço diferença!". E que grande gosto sentimos quando podemos constatar que contribuimos para um estudante se sentir fascinado com o que aprende, e ficar mais bem preparado, mais motivado, para vir a formar-se como futuro profissional de qualidade!"
  A todos os professores que lêem este Boletim, quero incentivá-los a sentir este gosto, este orgulho de se ser um excelente profissional! Este gosto, esta satisfação por se fazer algo bem feito e com impacto na vida de tantos jovens, constitui uma riqueza que não pode ser comprada e cuja ausência empobrece enormemente aqueles que nunca o conseguiram sentir!
  E a cada um dos leitores que tem em vista vir a ser professor, há que recordar a grande responsabilidade e dignidade que ser professor representa. Não é uma decisão a ser tomada sem alguma reflexão. Ser professor é lidar directamente com pessoas, tal como ser médico ou ser enfermeiro. E tal como estas outras profissões, as pessoas envolvidas são pessoas em estado de vulnerabilidade ou de sensibilidade acrescida, por estarem doentes ou por serem crianças ou jovens. Assim, com o mesmo cuidado e dedicação com que um médico tem de lidar com os seus pacientes, também tem um professor de lidar com os seus estudantes. A responsabilidade é grande, pois em ambos os casos está em jogo a vida de seres humanos, e por isso também tem de ser grande o gosto por contribuirmos para uma vida melhor para cada um dos seres humanos com que lidamos.
  Quando escolhemos ser professores, escolhemos ser responsáveis por uma parcela, maior ou menor, da vida de muitos seres humanos jovens que podem construir um País mais desenvolvido e mais justo. Por isso, quando escolhemos ser professores, escolhemos uma profissão de elevada dignidade e impacto social, que nos pode trazer uma das melhores sensações: a de contribuirmos para a descoberta, o fascínio, a aprendizagem, o futuro dos novos cidadãos do nosso mundo.

João Lin Yun, Director do OAL
 

O Observatório esclarece as suas dúvidas de astronomia através do endereço electrónico: consultorio@oal.ul.pt

Espaço Vazio

Questão:

Estou com dificuldade em responder às seguintes questões de um aluno: desde quando se sabe que no espaço (por exemplo entre a Lua e a Terra) não há matéria e como se soube isso?

  Na Antiguidade pensava-se que existia a Terra e os Céus e portanto não haveria nada entre eles. Mais tarde, foi adquirida a noção de que existia aquilo a que chamamos hoje de Sistema Solar: o conjunto de planetas em torno do Sol acompanhados de outros objectos celestes mais pequenos (satélites, asteróides, cometas). Também neste caso, embora sem o dizer explicitamente, admitia-se que no espaço entre esses corpos não existia nada ou, como também se diz, que existia aquilo que chamamos de "vácuo" ou "vazio".
  Sabemos que é assim porque se existisse matéria, ela seria visível seja porque emitiria radiação, seja porque seria iluminada pelo Sol e poderíamos vê-la. Ora a observação do espaço entre os corpos celestes revela que não existe "nada", existe o "vácuo" ou "vazio". Contudo, convém salientar que este "vácuo" ou "vazio" não é completamente vazio ou seja, existem sempre alguns átomos, electrões, iões, e fotões no Espaço. A sua densidade é porém muito baixa (apenas alguns átomos separados por distâncias enormes), mas diferente de zero até mesmo no espaço entre as galáxias onde se esperava que praticamente nenhuma matéria existisse.

 
A Astronomia é uma ciência de condições extremas. Lida com as distâncias maiores, os períodos de tempo mais longos, os objectos de maior massa, as temperaturas mais elevadas, os campos eléctricos e magnéticos mais intensos, as densidades mais baixas e mais elevadas e as energias mais extremas que se conhecem.
 

Ficha Técnica

O Observatório é uma publicação do Observatório Astronómico de Lisboa, Tapada da Ajuda, 1349-018 Lisboa, Telefone: 213616739, Fax: 213616752; Endereço electrónico: observatorio@oal.ul.pt; Página web: http://oal.ul.pt/oobservatorio. Redacção e Edição: José Afonso, Nuno Santos, João Lin Yun. Composição Gráfica: Eugénia Carvalho. Impressão: Fergráfica, Artes Gráficas, SA, Av. Infante D. Henrique, 89, 1900-263 Lisboa. Tiragem: 2000 exemplares. © Observatório Astronómico de Lisboa, 1995.
A imagem de fundo da capa é cortesia do ESO.

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