Na edição de Setembro último (pp. 4 e 5), foram assinalados contributos de vária ordem que a sociedade recebe da Astronomia. De facto, sem a Astronomia teria sido porventura impossível a emergência e desenvolvimento da nossa civilização. Como se poderia estabelecer qualquer compromisso social sem o domínio do tempo? E como pôde a humanidade aprender a dominar o tempo senão através do desenvolvimento da Astronomia? Outro assunto de capital importância, cujo domínio assenta igualmente na Astronomia, é o da localização geográfica precisa. No mundo dito globalizado em que vivemos, as deslocações intercontinentais por via aérea ou marítima são perfeitamente triviais, mas estas rotineiras viagens de um lado ao outro do mundo seriam impossíveis se pilotos e navegadores não dispusessem de métodos capazes de lhes fornecer, com celeridade e exactidão, a sua posição, num dado instante. Foi, em grande medida, por terem desenvolvido e aplicado métodos astronómicos para a determinação da latitude, que os navegadores portugueses dos séculos XV e XVI se revelaram capazes de "dar novos mundos ao mundo". Problema muito mais complexo foi o da determinação da longitude no mar - não porque faltasse o conhecimento astronómico necessário à sua resolução, mas porque a determinação da longitude, intimamente relacionada com o tempo, implicava relógios capazes de manter um ritmo preciso, mesmo nas condições que vigoram num navio em alto mar. Só no séc. XVIII o problema viria a ser cabalmente resolvido, graças aos cronómetros criados pelo relojoeiro inglês John Harrison (1693-1776).
  Mas chegados os anos 70 do séc. XX, os sistemas de determinação da posição geográfica não eram ainda de todo satisfatórios, sobretudo num mundo em acelerado progresso tecnológico. Foi assim que, por iniciativa do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, nasceu o GPS - Global Positioning System (literalmente, "sistema de posicionamento global"). Este sistema integra um conjunto de 24 satélites que orbitam a Terra a uma altitude da ordem dos 20 000 quilómetros, bem como estações de rastreio e antenas no solo. Basta possuir um receptor para, carregando simplesmente num botão, obter quase de imediato as coordenadas geográficas para um determinado local. Para tal, o receptor serve-se dos sinais de rádio emitidos por, pelo menos, três satélites, acrescendo o sinal de um quarto satélite que proporciona a sincronização com o Tempo Universal (os satélites têm relógios atómicos incorporados). As vantagens deste sistema são evidentes, daí que a sua utilização seja cada vez mais alargada. Note-se que o GPS americano não é o único sistema de posicionamento e navegação por satélite: existe também um sistema russo, o GLONASS, e está em pleno desenvolvimento o sistema europeu Galileo, que se preconiza ficar operacional em 2008.
  Segue-se uma lista de sítios que o(a) ajudarão a desvendar os segredos dos sistemas de posicionamento e navegação por satélite:
  - http://www.cienciaviva.pt/latlong/Materiais
    http://www.cienciaviva.pt/equinocio
  Estes endereços dão acesso a documentação e materiais educativos referentes à determinação de coordenadas geográficas e ao GPS, disponibilizados no sítio da Agência Ciência Viva.

  - http://www.ancruzeiros.pt/anci-gps.html
  Página da Associação Nacional de Cruzeiros, em que são referidos os aspectos fundamentais do funcionamento do sistema GPS.

  - http://www.trimble.com
  Sítio comercial, que disponibiliza ao visitante uma explanação clara, passo a passo, do funcionamento do sistema GPS.

  - http://www.colorado.edu/geography/gcraft/notes/gps/gps_f.html
  Ampla documentação desenvolvida e disponibilizada por Peter Dana, do Departamento de Geografia da Universidade do Texas.

  - http://www.gpsworld.com
  Edição e arquivos on-line da revista GPS World. Indicado para quem procura informação avançada e actualizada sobre o assunto.

  - http://www.esa.int/export/esaNA/galileo.html
  Páginas da ESA (Agência Espacial Europeia) referentes ao sistema Galileo.

  - http://www.glonass-center.ru
  Sítio do sistema russo GLONASS.

  - http://www.oal.ul.pt/oobservatorio/vol7/n4/vol7n4_4.html
  Versão on-line do artigo intitulado "A teoria da relatividade e o GPS", do Prof. Doutor Paulo Crawford, publicado n'O Observatório de Abril de 2001.