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A Astronomia na Internet

Um Roteiro Marciano

  Os meios de comunicação social têm feito referência às peripécias da sonda espacial europeia Mars Express e do veículo norte-americano Spirit, que se encontra já na superfície do planeta vermelho. Mas para seguir a par e passo estas missões, nada melhor que a Internet. Quer a ESA (Agência Espacial Europeia) quer a NASA (Agência Espacial Norte-Americana), que temos referido várias vezes nesta secção, mantêm sítios com informação ampla e actualizada sobre o assunto. Os endereços para os sítios das missões Mars Express e Mars Exploration Rover Mission são, respectivamente, http://sci.esa.int/marsexpress e http://marsrovers.jpl.nasa.gov/home. Informação actualizada sobre esta última missão pode também ser acedida através do endereço http://marsweb.jpl.nasa.gov.
  A exploração de Marte através do envio de engenhos não tripulados já tem cerca de 40 anos. Em meados dos anos 60 (séc. XX), a sonda americana Mariner 4 enviava para a Terra as primeiras imagens obtidas nas proximidades de Marte e, até ao princípio dos anos 70, várias sondas lançadas no âmbito deste programa permitiram a recolha de imagens detalhadas da superfície do planeta e de diversos dados físicos (temperatura, densidade atmosférica, etc). Vale a pena rever o historial do programa Mariner em http://nssdc.gsfc.nasa.gov/planetary/mars/mariner.html. Seguiu-se, em meados dos anos 70, o programa Viking, envolvendo duas sondas que incluíam módulos de aterragem, o que permitiu, para além de obter imagens de grande resolução, efectuar análises à atmosfera e ao solo do planeta. A saga das sondas Viking está devidamente documentada em http://nssdc.gsfc.nasa.gov/planetary/viking.html. De referir que, com base nas imagens recolhidas pelas Viking foi elaborado o primeiro a-tlas marciano on-line, que pode ser consultado em http://ic.arc.nasa.gov/ic/projects/bayes-group/Atlas/Mars. Não esqueçamos que nessa época em que o mundo, politicamente, se dividia entre o Oeste dominado pelos Estados Unidos e o Leste dominado pela União Soviética, o braço de ferro entre as duas grandes potências mundiais levava-as a competir pela primazia na conquista espacial. Contudo, plena de méritos no domínio de exploração espacial (citemos apenas o primeiro satélite artificial em órbita e o primeiro homem no espaço), a União Soviética teve uma relação menos feliz com Marte. Pese embora o insucesso de muitas das missões soviéticas ao planeta, justifica-se plenamente uma revisão do seu historial, o que pode fazer em http://www.russianspaceweb.com/spacecraft_planetary_mars.html. Diga-se de passagem que Marte não tem sido, de todo, um objectivo fácil; leitores que seguem estas lides há mais tempo lembram-se, certamente, entre outros desaires marcianos, da malograda Mars Observer (v. http://nssdc.gsfc.nasa.gov/nmc/tmp/1992-063A.html); e, à data da edição deste boletim, ainda se espera sinais do módulo europeu Beagle 2... (v. http://sci.esa.int/marsexpress). Mas como tantos outros empreendimentos humanos, é assim que, entre fracassos e sucessos, a explo-ração espacial vai avançando. E poucos corpos celestes parecem rivalizar com Marte, no que toca a suscitar paixões. Quando se fala de Marte, há sempre uma questão a ecoar no fundo: haverá vida no planeta? Ou terá já existido? Em 1996, a NASA anunciou a possibilidade de um meteorito proveniente de Marte con-ter vestígios de formas de vida microscópicas, o que gerou tanta excitação quanta controvérsia no seio da comuni-dade científica (sobre os meteoritos marcianos, v. http://www2.jpl.nasa.gov/snc). Desde, pelo menos, as sondas Viking, que a questão da possível existência de vida marciana tem presidido à planificação das missões de exploração do planeta. Mas perante o grande número de engenhos que são enviados para Marte, surge sempre outra inevitável questão: para quando uma missão tripulada? O presidente norte-americano afirmou recentemente a sua intenção de promover o regresso de humanos à Lua e uma missão tripulada a Marte. Mas a questão não é nova, e não dá origem apenas a discursos políticos e a livros de ficção científica; há quem se debruce muito seriamente sobre ela. A este propósito sugerimos uma visita às páginas da 2009 Reference Mission, em http://cmex-www.arc.nasa.gov/MarsNews/Missions/human_missions/Human_Mission_Table.html. A questão das missões tripuladas surge frequentemente associada com uma outra: será possível transformar Marte num planeta onda possa subsistir vida tal como na Terra? Muitos se dedicam a explorar as possibilidades de levar a bom termo este objectivo, através de aplicação conjunta de saberes de vários ramos da ciência e da engenharia, num processo designado por terraformação. Sobre este tema, sugerimos a consulta dos sítios The Terraforming Information Pages http://www.users.globalnet.co.uk/~mfogg, Astrobiology Web http://www.astrobiology.com/terraforming.html e Explore Mars Now (http://www.exploremarsnow.org).

Pedro Raposo
OAL

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