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Notícias

Uma míriade de "pequenas" estrelas

Uma equipa internacional de astrónomos usou recentemente o Very Large Telescope (VLT) do Observatório Europeu do Sul (ESO, Chile) para observar uma nuvem interestelar de gás e poeira que era conhecida por formar dezenas de estrelas massivas. O resultado foi fantástico: foram encontradas dezenas de estrelas jovens de pequena massa.

Os detalhes da formação de uma estrela massiva são pouco conhecidos. As estrelas de grande massa (com tipos espectrais O e B) são extremamente "violentas", perturbando o meio onde se encontram e impedindo deste modo o estudo das etapas da sua formação. Este facto abre desde logo uma nova questão: será que numa região de intensa formação de estrelas massivas poderemos ter igualmente formação de estrelas de pequena massa (do tipo do Sol)?

Imagem do VLT da região de activa formação de estrelas NGC 3603. Cortesia do ESO.

As imagens agora obtidas pelo VLT permitiram responder a esta pergunta. A equipa de astrónomos tinha como objectivo estudar uma região de intensa formação estelar, denominada NGC3603. Esta é uma região que possui dezenas de estrelas jovens de grande massa, uma verdadeira maternidade de estrelas na nossa galáxia. As imagens agora obtidas no infra-vermelho próximo, permitiram descobrir estrelas cujo brilho e cor correspondem a objectos estelares jovens de pequena massa, provando que estrelas deste tipo também podem nascer nas violentas regiões de formação de estrelas massivas. Mais ainda, comparando as observações com modelos teóricos de formaçãode estrelas (que permitem determinar a idade e massa dos objectos a partir das suas cores e brilho) os astrónomos mostraram que estrelas massivas e menos massivas estão a formar-se ao mesmo tempo, num único episódio de formação estelar.

Estes resultados impõem enormes restrições às teorias de formação estelar. Até hoje apenas se conhecia o processo de formação de uma estrela de pequena massa isolada. Estas novas descobertas vão permitir estudar o processo de formação de uma estrela quando esta se encontra num meio extremamente agitado, bem como saber quais as proporções de estrelas de diferentes massas quando formadas a partir de uma só nuvem molecular.

Existirá água na Lua?

No final do mês de Julho, cientistas da NASA fizeram colidir a nave Lunar Prospecter, numa cratera, no pólo sul da Lua. O objectivo dos investigadores era tentar determinar se na região do impacto existiria água.

Os primeiros dados enviados por esta sonda, ainda quando se encontrava em órbita, levavam a supor a existência de água nas partes escuras da Lua. Tinham sido detectadas grandes quantidades de hidrogénio, um dos constituintes da água. Porém os esforços conjuntos de vários observatórios terrestres, e do telescópio espacial Hubble, foram em vão, pois não foram detectados quaisquer indícios de água durante a colisão da sonda.

Estes resultados, a confirmarem-se realmente, vêm colocar em causa a teoria de que impactos de cometas poderiam ter depositado grandes quantidades de água na superfície da Lua. A água que tivesse sido depositada em regiões à sombra da radiação solar teria conseguido chegar até aos dias de hoje.

Existem algumas explicações para o facto de não se ter conseguido observar indícios de água. Em primeiro lugar a sonda pode não ter atingido a área pretendida. Pode ter colidido com uma grande rocha, ou com um solo sem água. As moléculas de água podem encontrar-se firmemente ligadas às rochas, sendo portanto muito difícil de destruir as suas ligações químicas. Existem mais algumas possíveis, explicações para os dados obtidos. Ficaremos à espera de novos resultados.

NS & PM



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