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Notícias

SOHO e os cometas

A sonda SOHO, um projecto da Agência Espacial Europeia (ESA) em colaboração com a sua congénere norte-americana NASA, foi lançada em Dezembro de 1995 com o objectivo de estudar a nossa estrela: o Sol. No entanto, os seus instrumentos permitiram estudar igualmente cometas que passavam muito perto deste. A sonda acabou por se tornar no maior descobridor de cometas de sempre, tendo já mais de 100 descobertas destes astros no seu "currículo".

Recentemente, a SOHO acrescentou o seu 102o cometa à tal lista. Tal como em quase todos os outros casos, este foi descoberto a partir de imagens obtidas com o instrumento LASCO, uma câmara equipada com coronógrafos, que permitem bloquear a luz do Sol e dessa forma obter imagens do que se passa no céu à sua volta. Assim, e embora este instrumento tenha sido construído para estudar o vento solar, as imagens por ele obtidas permitem igualmente descobrir e estudar cometas que passam muito perto do Sol mas que, por serem muito pequenos, não seriam visíveis de outra forma.


Fig. Dois cometas observados pela sonda SOHO. Estes cometas acabaram por se precipitar no Sol (o quarto de círculo no canto superior esquerdo da imagem), sendo completamente desintegrados. Ao mesmo tempo, uma enorme tempestade solar pode ser observada em actividade na atmosfera da nossa estrela.
De todos os cometas descobertos pela SOHO, apenas 10 passaram a uma distância "segura", tendo os outros sido simplesmente vaporizados pelas altas temperaturas a que ficaram sujeitos. Mas o mais curioso é que, a partir do estudo das suas órbitas, os astrónomos puderam concluir que estes cometas parecem ter uma origem comum: um único cometa, observado já na antiguidade pelo astrónomo grego Ephorus, foi fragmentado em milhares de pedaços após várias passagens extremamente próximas da nossa estrela.

Mais informações, imagens e filmes sobre o projecto SOHO podem ser encontrados em http://sohowww.nascom.nasa.gov/.

Observar o Universo sem sair de casa.

Geralmente, quando um astrónomo pretende observar, pede tempo em determinado telescópio e, se o seu pedido for aceite, desloca-se ao local onde o telescópio se encontra (montanha alta, deserto, etc) para aí fazer as suas observações.

No entanto, nos últimos anos têm surgido, um pouco por tudo o mundo, observatórios com controlo remoto. Um exemplo disso é o novo VLT do ESO. Mas agora também já é possível a astronómos amadores acederem a observatórios remotos. Em Itália existe o Osservatorio Astronomico del Col Drusciè que possui um telescópio de 0.5m e se encontra ligado à Internet, possibilitando a qualquer um aceder ao telescópio, até da sua própria casa, e efectuar observações astronómicas em Itália.


Fig. Imagem de uma supernova obtida por um astrónomo amador italiano ligado remotamente ao observatório astronómico del Col Drusciè. Cortesia AAC - Itália.
Esta nova forma de fazer astronomia está a trazer efeitos muito positivos pois permite tornar os instrumentos mais eficazes, possibilitando que várias pessoas colaborem e, acima de tudo, permite divulgar o conhecimento de forma mais eficaz. Vários astrónomos amadores italianos pertencentes à Associazione Astronomica Cortina(http://www.sunrise.it/associazone/aac/ já contribuiram com descobertas de várias supernovas. Cada um de nós pode agora fazer as suas observações sem sair de casa bastando, para isso, aceder a este telescópio pela Internet. Para tal é apenas necessário pedir tempo de observação e esperar que o seu pedido seja aceite.

NS & PM



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