A ESA tem actividades em várias áreas diferentes: ciências
da Vida, ciências da Terra, ciências do Espaço,
desenvolvimento de tecnologias espaciais, telecomunicações,
para mencionar só algumas.
Funciona com um programa obrigatório, para o qual cada estado membro
(há 15 no total) obrigatoriamente contribui.
Este programa inclui o programa científico, portanto as missões para
os planetas, o Sol, observatórios espaciais, e observação da Terra.
Além deste existem os programas opcionais, em que cada nação decide
se quer ou não participar.
Os programas opcionais constituem a maior parte das actividades da ESA.
Portanto, para jogar o jogo da ESA, é preciso ter ou construir equipas
profissionais para cada uma das áreas.
Nomeadamente, para a área das ciências planetárias, ainda não
existem muitas pessoas a trabalhar.
No entanto, é uma área de trabalho muito interdisciplinar, pois
o estudo da atmosfera de Marte, por exemplo, tem muito a ver com o
estudo da atmosfera terrestre.
Assim, um meteorologista tem todas as qualidades para trabalhar sobre uma missão
que faz observações da atmosfera de Marte.
Do mesmo modo, as pessoas que estudam a geofísica ou geologia na Terra,
facilmente se adaptariam ao estudo geofísico de outros corpos do
Sistema Solar.
As missões que a ESA está a desenvolver para estudar o Sistema Solar
são (ver http://sci.esa.int para mais informações):
* Cassini/Huygens: missão em conjunto com a NASA, para o planeta
Saturno e os seus anéis e satélites (Cassini/NASA) e o satélite Titã
(módulo Huygens/ESA). Está a caminho, e vai chegar em finais de 2004;
* Mars-Express - Beagle2: missão para o planeta Marte. Beagle2 vai
pousar os pés em Marte e fará a análise de várias parâmetros,
entre outros leva instrumentos para determinar se alguma forma de vida
é ou foi possível neste planeta. Será lançado em 2003;
* Rosetta: missão para o cometa Wirtanen. Vai orbitar o núcleo do
cometa e estudar os processos físicos que ocorrem durante a sua
aproximação ao Sol. Também leva um lander que vai tentar fixar-se
na superfície. Será lançando em
2003, mas só chegará no fim desta década;
* SMART-1: Missão de teste de tecnologia de propulsão iónica.
Será lançado ainda este ano, e vai fazer uma caminhada muito lenta
em direcção à Lua, onde chegará muitos meses depois. Sobre esta
missão trabalham pessoas portuguesas (ver www.oal.ul.pt/CEPT);
* BepiColombo: missão para o planeta Mercúrio. Neste momento
está em fase de desenvolvimento, mas a execução está prevista
só para o fim desta década.
Para chamar atenção para as possibilides de participação científica por investigadores (e estudantes!) portugueses nestas missões, realizar-se-á um Grupo de Trabalho (Workshop) no Observatório Astronómico de Lisboa/ Centro de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Lisboa nos dias 7 e 8 de Março. Este encontro tem a designação Workshop sobre a Investigação do Sistema Solar em Portugal com a ESA. Alguns responsáveis da ESA pelas missões mencionadas acima virão falar sobre elas, perante um público principalmente académico. É apenas um pequeno passo no processo de adesão completa e participação activa do País na ESA, a construção de equipas para jogar. E reparem, as missões são sempre planeadas com muitos anos de antecedência, e por isso, você que está a ler isto agora, talvez esteja interessado, futuramente, em trabalhar numa destas missões. Ainda no âmbito deste workshop, no dia 8 de Março (sexta-feira), às 21h30, haverá uma palestra (em inglês) para o grande público sobre o programa científico da ESA. Quem não puder estar presente e quiser saber mais sobre estas actividades, pode consultar a página da ESA em português em http://www.esa.int/export/esaCP/Portugal.html.
Doutor Maarten Roos Serote
Observatório Astronómico de Lisboa