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Trânsito de Vénus: Como Observar
As observações de trânsitos de Vénus, bem como as observações de eclipses parciais do Sol pela Lua, não acarretam grandes dificuldades técnicas, mas é absolutamente essencial respeitar as regras básicas de protecção da visão. Sem a devida protecção, são grandes os riscos de queimar a retina e, por conseguinte, de cegueira permanente. Por favor leia a página deste boletim dedicada à segurança do evento.
A utilização de filtros solares apropriados é indispensável para a observação do Trânsito de Vénus em segurança.
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Observações à vista desarmada com filtros
O diâmetro aparente de Vénus no disco solar é de cerca de 1 minuto de arco (1/32 do diâmetro aparente do Sol), pelo que o fenómeno é facilmente visível à vista desarmada através de óculos próprios, desenhados especialmente para o efeito. Recorde-se que a observação directa do Sol é perigosa. É essencial filtrar e atenuar a luz solar nas bandas do ultravioleta, visível e infravermelho. A única protecção recomendada é um par de óculos do tipo utilizado na observação de eclipses solares, certificados pela União Europeia.
Observações com instrumentos ópticos
Com binóculos: Binóculos vulgares (tipicamente de 8x40 a 10x50, sendo o primeiro número a ampliação e o segundo o diâmetro das lentes objectivas em milímetros) são adequados. Mas a filtragem da luz é obrigatória e tem que ser feita correctamente. As duas objectivas (lentes pelas quais entra a luz) devem ser cobertas por um filtro adequado, de modo a reduzir a intensidade da luz por um factor de 100 000. Nunca coloque filtros nas oculares dos binóculos em vez de cobrir as objectivas! A luz concentrada nessa parte dos binóculos poderia destruir o ecrã de protecção e danificar os seus olhos, imediata e irreversivelmente.
Com um "solarscope": um solarscope é um instrumento de baixo-custo, concebido para a realização de observações em grupo, sem riscos para a visão. É feito de cartão, pode-se dobrá-lo e é facilmente transportável. O sistema óptico deste dispositivo projecta a imagem solar num ecrã branco (com cerca de 10 cm de diâmetro). Recomenda-se vivamente para observações de grupo, especialmente envolvendo crianças, escolas e clubes de Astronomia.
Com um pequeno refractor (ou telescópio) e um filtro para cobertura total da objectiva: No caso das observações solares, um refractor com abertura entre 60 e 100 mm e uma razão focal (f/D, onde f é a distância focal e D o diâmetro de abertura) de cerca de 10 é conveniente. É possível observar a imagem solar através de uma ocular, por observação directa, sendo porém imperativo que a objectiva do instrumento esteja totalmente coberta por um filtro apropriado! No foco do conjunto óptico pode-se também colocar um detector sensível à luz, como um filme fotográfico de 24x36 cm, um CCD, um detector CMOS de uma câmara digital, ou o detector de uma webcam (também sem lente). O diâmetro da imagem solar no foco é dado por A x f, em que A é o diâmetro angular aparente do Sol (32 minutos de arco) medido em radianos, dando 9.3 mm por metro de distância focal. No caso específico de um webcam, com um detector de tamanho reduzido (cerca de 3 x 4 mm) um metro de distância focal originará um campo de visão de apenas 10 minutos de arco (1/3 do diâmetro solar). Isto é perfeito para observar o trânsito de Vénus em pormenor. São indicadas apenas as webcams com lente amovível. São ligadas à porta USB de um computador que controla a câmara e grava os dados. As webcams permitem a realização de exposições curtas, deste modo compensando a turbulência atmosférica. O ruído pode ser reduzido pela sobreposição de várias imagens. Na Internet encontra-se freeware para esta finalidade.
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O método de projecção é uma alternativa segura para a observação de detalhes (manchas solares ou, no dia 8 de Junho, o Trânsito de Vénus) no disco solar.
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Com um pequeno refractor, por projecção: Este método é vivamente recomendado, pois várias pessoas podem observar simultaneamente, sem qualquer risco, dispondo-se em torno do instrumento. Consiste em utilizar a ocular de um refractor como uma lente de projecção (veja a figura abaixo). Esta técnica proporcionará uma imagem melhor do que a produzida por um solarscope. De modo a formar uma imagem solar num ecrã branco, a ocular é ligeiramente deslocada para fora, de modo a funcionar precisamente como uma lupa. A imagem pode ser deflectida para baixo, com um espelho plano ou um prisma, de modo a facilitar a observação. Um filtro para cobertura total da objectiva não pode ser utilizado no método de projecção, por isso tenha cuidado com o feixe de luz (mantenha o olhar desviado do feixe de luz!).
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© 2004 - Observatório Astronómico de Lisboa
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