Página - 1* O Telescópio Espacial XMM-Newton, um instrumento precioso 2 3* Cefeidas em casulos
* Nova luz ilumina choques entre galáxias
4* Catástrofes Cósmicas
Impacto de Objectos com o Planeta Terra
5* O sucesso das sondas marcianas 6* Para Observar em Abril
  VISIBILIDADE DOS PLANETAS
  Alguns Fenómenos Astronómicos
  Fases da Lua
* Astro Sudoku
7* O Céu de Abril
* Nascimento, Passagem Meridiana e Ocaso dos Planetas
(Versão do Boletim em PDF)
Editorial

Século XXI: o século da Ásia...?

SERÁ o século XXI o século da Ásia? Já não é só no crescimento económico que a China e a Índia batem todos os países ditos mais desenvolvidos como a Europa e os Estados Unidos da América. Recentemente a OCDE emitiu um relatório onde avisa que a Europa está também a perder a liderança nos aspectos de educação, investigação e inovação. Em particular, a formação avançada de profissionais e investigadores nas universidades europeias, deixou de ser competitiva com a formação nas universidades indianas e chinesas. A França e a Alemanha, motores de desenvolvimento europeu no domínio da investigação e inovação já não funcionam como tal. Já a Finlândia apresenta evidências de um excelente desempenho nestas áreas.

Qual o futuro de uma Europa que perde não só em desenvolvimento económico mas também no potencial para esse desenvolvimento económico representado pela investigação e pela inovação? O panorama não é melhor nos Estados Unidos da América. Também recentemente, a National Academy of Sciences apresentou um estudo onde avisa que sem passos fortes e determinados para aumentar o apoio do governo federal à ciência e à tecnologia, a actual qualidade de vida nos Estados Unidos da América encontra-se ameaçada. Pragmáticos como são, os americanos propõem vinte acções concretas para contrariar essa tendência. Estas acções encontram-se agrupadas em quatro grandes recomendações que incluem: que sejam atribuídos prémios elevados a excelentes estudantes de ensino de modo a que sejam anualmente recrutados milhares de professores de matemática e de ciências para os ensinos básico e secundário; que sejam financiados cursos de Verão regionais de reciclagem de professores (algo que o OAL fez em 2005!); que seja aumentado o financiamento à investigação básica de longa duração em 10% cada ano, durante os próximos sete anos; que sejam dados incentivos fiscais a empresas que invistam em investigação e desenvolvimento; etc, etc.

Qualquer que seja a volta que se dá, sem formação de recursos humanos especializados, sem investigação e inovação, os Estados Unidos e a Europa em geral, e Portugal em particular, arriscam-se a ficar para trás, a perderem a qualidade de vida que actualmente possuem. Nos tempos actuais, já não é impensável que durante o século XXI, o centro de gravidade do mundo se desloque progressivamente da Europa e Estados Unidos para a Ásia, e que um dia, os netos da actual população mundial pensem em ir a Pequim ou Nova Deli para estudarem, para fazerem os negócios mais importantes, ou para procurarem uma vida melhor.

Entretanto, o relatório da OCDE recomenda que, na Europa, os professores universitários sejam mais directamente responsabilizados pelos estudantes que as suas instituições formam, ou melhor, que haja um envolvimento mais próximo dos professores com os estudantes que formam. Em Portugal, estamos longe disso, e pelo menos por duas razões: em primeiro lugar, as regras de progressão na carreira pouco ou nada valorizam os esforços pedagógicos; em segundo lugar, aos professores universitários nem sequer lhes é dada a formação pedagógica que os professores dos outros ramos de ensino recebem. Assim, fica ao cargo de cada um descobrir como leccionar de forma efectiva e humana. A qualidade das suas aulas depende então da boa (ou má) vontade de cada um. Quando a vocação existe, corre tudo bem e existem alguns excelentes professores. Quando não existe...estudante sofre! E o País perde, e perde, e perde... empobrecendo gradualmente. E os conflitos sociais surgem porque se perdem direitos que a economia nacional empobrecida já não pode sustentar...

Para inverter o empobrecimento da Europa e dos portugueses, é preciso mudar as mentalidades e apoiar a Ciência. A Astronomia, com o seu fascínio para o qual estamos geneticamente programados, pode dar uma ENORME ajuda. Se a quiserem ouvir e dar-lhe o seu devido valor... Para quando...?

João Lin Yun, Director do Boletim O Observatório
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