Nebulosa Planetárias
Questão:
O que é uma nebulosa planetária? É onde se formam planetas?
Apesar do nome, uma nebulosa planetária não está relacionada com planetas. Trata-se de uma nebulosa de gás e poeira originada por uma estrela que atinge a fase final da sua vida. A sua denominação enganadora deve-se a William Herschel que, em 1785, durante a classificação de várias nebulosas, distinguiu este tipo de objectos por se assemelharem a planetas (os telescópios de então apenas revelavam objectos circulares e difusos, semelhantes a um disco planetário). Intrigado acerca da sua origem, em 1791, Herschel prosseguiu o seu estudo, descobrindo que existe uma estrela exactamente no centro do da nebulosa, fazendo supor uma relação entre eles.
Como se forma então uma nebulosa planetária? Durante grande parte da sua vida, as estrelas semelhantes ao Sol, consomem hidrogénio no seu núcleo e convertem-no em hélio, libertando energia. Quando o hidrogénio acaba, a estrela sofre grandes alterações: o seu tamanho aumenta e começa a fusão do hélio - a estrela torna-se uma gigante vermelha. A determinada altura, a estrela torna-se instável e ejecta as suas camadas mais externas a uma velocidade na ordem das dezenas de quilómetros por segundo. É este material estelar ejectado que dá origem a nebulosas com as mais variadas formas (ver igualmente a imagem na capa deste número). O material irá expandir-se e, passados 10 000 a 50 000 anos, a densidade tornar-se-à tão baixa que deixará de ser visível. Aquilo que resta da estrela é apenas o núcleo, constituído por hélio, carbono e outros elementos mais pesados, a temperaturas que podem atingir os 150 000 °C - uma anã-branca. Com o tamanho da Terra, possui uma densidade bastante elevada: uma colher do seu material pesaria, no nosso planeta, várias toneladas. Já sem reacções termonucleares, a anã-branca irá arrefecer lentamente no Universo.
Será este também o futuro do Sol daqui a cerca de mil milhões de anos... mas não se preo-cupe: continuare-mos a esclarecer as suas dúvidas até lá!
A Nebulosa da Formiga numa espetacular imagem do Telescópio espacial Hubble.
Cortesia: Nasa, ESA e The Hubble Heritage Team (STScI/AURA)
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