J. Flamsteed / J. Fortin, Atlas celeste., 1795.
HEMISFERIO NORTE
URSA MENOR
ANDROMEDA
COCHEIRO
LINCE
URSA MAIOR
BOEIRO
HERCULES
SERPENTARIO
AGUIA
CISNE
PEGASO
CARNEIRO
TOURO
GEMEOS
LEAO
VIRGEM
ESCORPIAO

Existem no céu cerca de 9100[1] estrelas com magnitude inferior a 6,5. Estas são as estrelas visíveis a olho nu. Destas, compilamos uma tabela com cerca de 300 estrelas,  apresentadas por ordem alfabética do nome oficial IAU. Destacamos ainda numa outra tabela as 29 estrelas mais brilhantes no céu (com magnitude inferior a 1,7) e ordenadas por magnitude. As tabelas contêm a seguinte informação:

Nome – As estrelas, principalmente as mais brilhantes ou as mais utilizadas, foram ganhando vários nomes ao longo dos séculos, atribuídos por diferentes culturas.  Até recentemente, muitas das mais conhecidas estrelas tinham não só múltiplos nomes como também não tinham uma ortografia oficial. Esta situação foi alterada a partir de 2016, quando a União Astronómica Internacional (IAU) estabeleceu um grupo de trabalho com o mandato de  definir um nome único e oficial para cada estrela. O critério para a definição dos nomes tem sido o de utilizar os nomes mais conhecidos e já bem estabelecidos, dando preferência a nomes com uma só palavra, curtos e que não sejam idênticos aos nomes de outras estrelas, planetas ou satélites. Este é um trabalho em curso, que no final de 2017 tinha oficializado o nome de 313 estrelas. São estas as estrelas que compõem a lista apresentada. Para conhecer os diversos nomes que estas estrelas têm tido nas várias culturas e seu significado, recomendamos a leitura do livro “Star-Names and Their Meanings” de R. H. Allen, publicado em 1899, que está disponível em versão digital “Google books”.

Nome em português – O nome em português tem também sofrido modificações ao longo do tempo. Uma das primeiras publicações a estabelecer os nomes em português foi a tradução portuguesa da versão Lalande de 1795 do “Atlas Celeste” de John Flamsteed, feita por Ciera e Villas-Boas e publicada em 1804. Desde então ocorreram várias modificações e novas formas ortográficas foram fixadas na tradução portuguesa da obra “Astronomia” da enciclopédia Fischer coordenada por Karl Strumpff. A edição portuguesa (Ed. Meridiano, 1962) supervisionada por E. Conceição Silva, teve tradução de J. Falcão de Campos e colaboração do então diretor do OAL A. Perestrello Botelheiro. Foi essa ortografia que o OAL seguiu nas suas publicações até aos anos 1990, altura em que a atualizou. É essa ortografia revista que utilizamos nesta lista. O nome português só é indicado quando difere do nome IAU.

Designação – Além do nome próprio oficial, cada estrela contém várias designações em diversos catálogos de estrelas. Uma das designações mais conhecidas foi a primeira a ser estabelecida: a de Bayer no seu atlas “Uranometria” de 1603. Consiste em atribuír uma letra grega às estrelas de uma mesma constelação por ordem (aproximada) da sua magnitude aparente, seguida do nome latim da constelação na forma genitiva. É esta designação que indicamos na tabela, com o nome da constelação na forma abreviada. Na tabela das constelações, que pode ser encontrada aqui, indicamos o nome em português, latim (no nominativo e genitivo) e a abreviatura oficial para cada uma das 88 constelações. Para estrelas não incluídas no atlas de Bayer, indicamos antes o número de Flamsteed. Este esquema foi implementado por Lalande na edição francesa (1783) do catálogo de Flamsteed e consiste em atribuir um número por ordem de ascensão recta às estrelas de cada constelação. As designações em catálogos modernos são alfanuméricas e menos conhecidas do público em geral.

Coordenadas – São indicadas as coordenadas equatoriais, ascensão reta e declinação, (época J2000).

Magnitude – A magnitude indicada é a magnitude visual no sistema UBV de Johnson. Os valores indicados são os disponibilizados pelo IAU, na sua maioria retirados do catálogo de estrelas brilhantes (Bright Star Catalogue: Harvard Revised Photometry, HR).

Observações – Na tabela das estrelas mais brilhantes é indicado se as estrelas são múltiplas ou variáveis, e ainda se são visíveis ou não de algum ponto de Portugal Continental. As estrelas variáveis têm magnitude variável no tempo que varia periodicamente num intervalo limitado. Os intervalos indicados na tabela são os publicados pelo “International Variable Star Index” da AAVSO. As estrelas múltiplas são sistemas de duas ou mais estrelas muito próximas entre si e gravitacionalmente ligadas. Quando estes sistemas não são resolvidos a olho nu, são apercebidos como sendo uma única estrela que tradicionalmente recebe um único nome e um único valor de magnitude. A tabela indica a magnitude (mA e mB) de cada uma das estrelas constituintes do binário e a magnitude do sistema (mS). Esta última corresponde à soma dos fluxos das estrelas constituintes e é por isso um valor menor do que as magnitudes individuais. É calculada pela seguinte fórmula.

Curiosidades –  Como curiosidade indicamos o significado dos nomes de algumas das estrelas, ou os nomes populares porque foram conhecidas em Portugal.

Este artigo incluindo as tabelas encontra-se disponível em pdf neste link: https://oal.ul.pt/documentos/2018/11/lista_estrelasoalartigo.pdf

 

Referências:

1. http://www.alcyone.de/SIT/bsc/bsc.html