Palestras Públicas 2008

O Observatório Astronómico de Lisboa (OAL) promove Palestras públicas mensais que têm lugar no Edifício Central, pelas 21h30 da última sexta-feira de cada mês. Em 2008 estão já marcadas (ou já decorreram) as seguintes palestras:

    • 31 de Outubro de 2008
      “À procura de outros planetas: quantas terras existem na nossa Galáxia?”,
      Doutor Nuno Santos.
      CAUP

Nesta palestra vamos rever alguns dos principais resultados da procura e estudo de planetas extra-solares. Partindo dos resultados observacionais, complementados com estudos teóricos, vamos em seguida tentar perceber quantas estrelas de tipo solar têm planetas de tipo terrestre em órbita. A partir daí podemos estimar grosseiramente o número de planetas que orbitam estrelas da nossa galáxia e que podem ter desenvolvido vida.

 

  • 25 de Julho de 2008
    “Factores astronómicos que condicionam o clima e a vida na Terra”,
    Prof. Alexandre Correia.
    Dep. Física da Univ. de Aveiro

 

As variações de insolação (energia por unidade de área recebida do Sol) à superfície de um planeta resultam do efeito combinado entre a sua posição na órbita e da orientação do seu eixo de rotação. Para a Terra estas variações são ligeiras, mas estão contudo na origem de grandes variações climatéricas no passado, conhecida na literatura pela teoria de Milankovitch sobre os paleoclimas. Vestígios destas variações climáticas podem ser encontrados por exemplo nas calotes polares (até 400 000 anos) ou nos sedimentos marinhos para períodos de tempo mais longos (até 200 milhões de anos). No âmbito de um esforço pluridisciplinar para compreender as variações possíveis da orientação e do clima da Terra ao longo dos últimos mil milhões de anos, pretende-se determinar os constrangimentos dinâmicos e observacionais para a evolução do eixo do nosso planeta até 600 milhões de anos. Nesta palestra serão apresentados algumas das descobertas mais recentes, bem como a importância da existência da Lua na estabilização do clima no nosso planeta.

 

  • 27 de Junho de 2008
    “Viagens no espaço-tempo”,
    Prof. Paulo Crawford.
    FCUL/OAL/CAAUL

 

Para Newton, existia um tempo absoluto, verdadeiro, matemático que fluía constantemente da mesma forma para todos os observadores. Os relógios de todas as espécies não passavam de meros reflexos, aproximações do tempo metafísico. Quando Einstein estabelece os seus dois princípios, para construir a sua nova teoria, hoje conhecida por Relatividade Restrita, surgem consequências dramáticas. Sendo a velocidade da luz no vácuo uma velocidade finita que estabelece o limite da velocidade de transmissão da informação, não mais é possível falar em acontecimentos distantes no espaço e simultâneos no tempo de uma forma absoluta. Por outras palavras, a simultaneidade de acontecimentos distantes é um fenómeno relativo, que depende do referencial onde esses acontecimentos são observados. Como consequência, o tempo perde o seu carácter absoluto e passa a ser entendido com sendo relativo. Diferentes observadores medem tempos diferentes. Isto abre a possibilidade de se fazer uma viagem no tempo, no sentido em que um dado observador poderá viajar, em certas condições, até ao futuro de outros observadores: um astronauta poderá em teoria fazer uma viagem de 20 anos e voltar à Terra para observá-la após 100 anos da sua partida. A grande questão que se abre à discussão científica é a possibilidade de se fazer ou imaginar viagens ao passado, observar a Terra, por exemplo, antes dos nossos avós nascerem. Será isto ciência ou ficção?

 

  • 30 de Maio de 2008
    “Marte: Vivo ou Morto?”,
    Doutor José Saraiva.
    IST/CERENA

 

Com a chegada da sonda americana Phoenix (Fénix) à superfície de Marte, dá-se um novo passo na exploração do planeta vermelho. É a primeira vez que se estuda directamente uma região de alta latitude em Marte, e é de esperar que se possa analisar não apenas o solo dessa região, mas também o gelo que ele contém, e deslindar um pouco mais da história deste mundo, ainda repleta de mistérios. Nesta palestra serão abordadas questões como:

  • a água em Marte, incluindo os dados e evidências sobre a sua presença que foram sendo acumulados ao longo dos anos e das missões espaciais;
  • a possibilidade de vida em Marte, lembrando a história desta velha polémica;
  • a história geológica do planeta, as suas semelhanças e diferenças com a Terra;
  • os projectos para a continuação da exploração de Marte, e o papel de Portugal nesse programa.

 

  • 18 de Abril de 2008
    “Comunicações com Extraterrestres”,
    Doutor José Afonso.
    FCUL/OAL/CAAUL

 

Nos nossos dias, a existência de civilizações extraterrestres continua a ser um tópico de aceso debate. Se por um lado a astronomia continua a achar elementos, no Universo, que apontam para uma aparente quase inevitabilidade do aparecimento da Vida, os inúmeros relatos de interacções (avistamentos, comunicações, conflitos, raptos, etc…) com extraterrestres na Terra carecem de uma única comprovação científica (embora muitas fraudes tenham já sido reveladas). Sem pretender incidir sobre a veracidade de tais relatos, esta palestra pretende analisar, de uma forma objectiva e precisa, as possibilidades de comunicar com eventuais civilizações extraterrestres na nossa vizinhança. De facto, há já alguns anos que possuímos a capacidade de “escutar” o Universo, tendo mesmo chegado a emitir para estrelas longínquas mensagens sobre a nossa civilização (embora muitas destas tentativas estejam mais relacionadas com acções de marketing do que com a obtenção de uma resposta). Interessa pois perceber aquilo que a comunidade científica consegue realizar hoje, e o que podemos esperar de tais esforços nas décadas que se aproximam.

 

  • 28 de Março de 2008
    “A Equação de Drake e as Civilizações Extraterrestres”,
    Prof. Rui Agostinho.
    FCUL/OAL/CAAUL

 

Em 1960 a comunidade astronómica americana reuniu-se em Green Bank, no estado de West Virgínia, num encontro que serviu para criar as fundações da busca de civilizações extraterrestre, entre os quais o programa SETI, e lançar a pesquisa cientifica sistemática sobre a origem, formação e evolução de vida no universo.

O contributo do astrónomo Frank Drake viria a ficar famoso pois concebeu uma pequena e simples equação que pudesse estimar, de modo razoável, quantas civilizações existiriam presentemente na nossa galáxia, o que justificaria as despesas de um programa com credibilidade científica, na busca sistemática destas. Tal aventura nunca seria realizada e apoiada financeiramente se resultado de tal equação fosse apenas 1, pois indicaria que (provavelmente) existiríamos apenas nós em toda a Via Láctea. Frank Drake concluiu que pelo menos deveriam existir 10!

A equação de Drake, como ficou conhecida para a história, é baseada em grandezas obtidas na investigação das ciências sociais, biológicas e astronómica que, como exemplo podemos apresentar: quantas estrelas há na Via Láctea, que fracção delas podem ter planetas, que fracção de planetas apresentam condições para a vida, etc. Estas grandezas não são fáceis de obter e entre 1960 e os dias de hoje muito mais se aprendeu e áreas do conhecimento onde haviam apenas estimativas teóricas que pareciam razoáveis são hoje objecto de estudo e medições apuradas, o que nos permite refazer o resultado de Drake e eventualmente refinar os termos que a equação original contém.

Nesta palestra faremos uma apresentação da envolvente que a equação de Drake tem e abrimos as portas a um ciclo de algumas palestras sobre cada um dos termos da equação. Assim, convidaremos cientistas especializados nos tópicos de cada termo da equação para explanarem o estado do conhecimento em cada caso e apresentarem o valor que hoje a ciência consegue atribuir cada um deles. No final deste ciclo de palestras teremos uma moderna estimativa do que se pode esperar do espaço à nossa volta, quanto a civilizações inteligentes alienígenas.

 

  • 29 de Fevereiro de 2008
    “Fotografia Digital em Astronomia”,
    Prof. Pedro Ré.
    Universidade de Lisboa, Faculdade de Ciências

 

Fotografar o céu é uma ambição natural de muitas pessoas, entre as quais se contam os entusiastas de fotografia e de astronomia, os amantes da natureza e os astrónomos amadores. Por vezes pensa-se que registar estas imagens exige equipamento altamente sofisticado e amplos conhecimentos, no entanto, o material necessário é surpreendentemente simples. Desde as primeiras astrofotografias realizadas há mais de 150 anos por George Phillips Bond e John Adams Whipple até às modernas câmaras fotográficas, a que se seguiram as câmaras digitais e câmaras CCD refrigeradas, percorreu-se um longo caminho que pôs a fotografia ao alcance de todos e revolucionou as técnicas de obtenção de imagens astronómicas. Vivemos presentemente numa época em que já se vulgarizou a fotografia “digital”. Uma simples câmara fotográfica digital, uma câmara de vídeo ou uma “webcam” possibilitam a obtenção de excelentes fotografias do céu, mesmo sem estarem ligadas a telescópios.

A entrada na Tapada da Ajuda faz-se pelo portão da Calçada da Tapada, em frente ao Instituto Superior de Agronomia.

No final de cada palestra, e caso o estado do tempo o permita, fazem-se observações dos corpos celestes com telescópio.

Para mais informações use o telefone 213616730, ou consulte esta página em http://www.oal.ul.pt/palestras.

 

 

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