Telescópios e Actividade Desenvolvida
Com algumas beneficiações, o equipamento existente ainda é, em grande parte, o inicialmente comprado e, na sua grande maioria, construído pelas casas Repsold e Merz. Podemos destacar:
— O Grande Equatorial
Um grande equatorial com objectiva de 38 cm de diâmetro e 7 m de distância focal. A sua óptica encontra-se em condições satisfatórias, tendo sido utilizado, a partir da década de 1940, na observação de ocultações de estrelas pela Lua. Estas ocultações, inicialmente de grande utilidade para o cálculo do tempo das efemérides, são actualmente utilizadas na determinação dos perfis lunares. O instrumento chegou a ser preparado para a observação de estrelas duplas visuais.
— O Círculo Meridiano
Um círculo meridiano com uma objectiva de 13,5 cm de diâmetro e cerca de 2 m de distância focal. Os círculos meridianos foram durante várias dezenas de anos um dos principais instrumentos da astronomia meridiana. O OAL colaborou no passado em vários programas astronómicos desenvolvidos a nível internacional: uma oposição de Marte bastante favorável ocorrida em 1892; uma passagem do pequeno planeta Eros pelas proximidades da Terra (a pouco mais de 170 milhões de quilómetros no princípio deste século (1900-1901)) e que contribuiu bastante para a determinação da paralaxe solar. Dos 13 observatórios que colaboraram nesta campanha, foi o Observatório da Tapada que apresentou maior número de observações e de melhor qualidade, seguindo-se-lhe, com alguma diferença, o Observatório de Washington, apesar deste observatório ter utilizado dois círculos meridianos mais modernos. Até fins da década de 1960, o círculo meridiano foi largamente utilizado em programas de determinação das coordenadas dos corpos celestes, tanto ascensões rectas como declinações.
— O Instrumento de Passagens
O instrumento de passagens no Primeiro Vertical tem uma objectiva de 16 cm de diâmetro e 2,31 m de distância focal. Este instrumento foi utilizado durante várias dezenas de anos, para a determinação das variações de latitude pelo método de Struve. Durante a Segunda Guerra Mundial, o Observatório da Tapada foi dos poucos que manteve uma colaboração contínua com o Serviço Internacional de Latitudes. Dado que o método de Struve é bastante moroso nas nossas latitudes, na década de 1960 o astrónomo encarregado das observações, o Eng. Baptista dos Santos, introduziu algumas modificações no instrumento, por forma a poder fotografar as trajectórias da passagem meridiana das estrelas zenitais. A redução das observações é feita pelo método de Horrebow-Talcott; os resultados obtidos são muito razoáveis, residindo a principal dificuldade na precisão dos níveis de Talcott, que não dão o valor actualmente requerido e conseguido, utilizando equipamento moderno e mais sofisticado.
— Lunetas Meridianas
Existem duas pequenas lunetas meridianas com uma objectiva de 7 cm de diâmetro e 78 cm de distância focal, historicamente destinada à determinação da hora, mas que foram usadas para fins didácticos nas últimas décadas do séc. XX. Numa delas foram introduzidas algumas beneficiações, inclusivé um micrómeto impessoal que permite determinar a hora com um erro inferior ao centésimo de segundo. Para melhorar a precisão das observações, muito contribuiu a extraordinária habilidade e espírito inventivo do Almirante Campos Rodrigues, que foi o segundo director do observatório. Algumas das suas invenções continuaram a ser utilizadas muitas décadas após a sua morte.
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