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Chama-se 67P/ Churyumov-Gerasimenko e apesar de ser banal no tamanho (4,2 km máximo), de ter uma órbita que o identifica com a família dos jovianos, ficou famoso pois foi o primeiro a ser estudado mais de um ano a fio, pela sonda Rosetta e ainda ser pousado pela Philae.

Depois da Rosetta ter sido reactivada em Janeiro de 2014, a aproximação do cometa iniciou-se em Maio (com música de Vangelis) e completa-se esta fase em Agosto, a 1000 km. A órbita em torno do núcleo foi encurtada paulatinamente até aos 29 km em Setembro, quando estava a 3,5 UA do Sol e com uma velocidade espacial de 15,6 km/s. A velocidade relativa de ≈1 m/s era superior à velocidade de escape a essa distância: 0,21 m/s. Isto obriga a Rosetta a disparar os motores para gravitar em torno do cometa, tornando-se a primeira sonda a fazê-lo num corpo pequeno do sistema solar. Um marco da ciência da navegação e da engenharia aeroespacial!

RosettaPhilaeLandingSite_thumbO grande sonho científico-histórico ocorreu a 12/Nov, quando a Rosetta largou o pequeno módulo Philae a partir de 10 km de distância, para embater e prender-se ao cometa. Porém, nem os arpões que a segurariam do ressalto, nem o pequeno jacto superior que o empurraria nesse instante, funcionaram. Foram momentos de suspense na sala de controlo pois, apesar de ter tocado numa zona muito próxima da calculada, a Philae ressaltou para o espaço também empurrada pela rotação do núcleo cometário. Um grande salto no escuro!

RosettaPhilaeXYmovimnt_thumbNo gráfico ao lado, mostra-se o cálculo da queda vertical da Philae até ao núcleo cometário (≈7h). A posição à direita no eixo X representa o ponto à superfície que levou o primeiro embate da Philae (X=0). Durante o ressalto que demora 1 h e 51 min, a superfície do cometa desloca-se mais depressa e a Philae fica ≈1 km para trás quando pára, após 3 voos incertos e com rotação desconhecida, mas que a terá salvado.

RosettaPhilaeVelocity_thumbNeste gráfico mostram-se os valores da velocidade da Philae da horizontal (Vx) e vertical (Vy), assim como da rotação do núcleo do 67P/C-G. Note-se o facto da velocidade vertical nunca superar a velocidade de escape do núcleo, o que seria a perda irremediável da Philae. Infelizmente ficou à sombra e agora espera-se pelo aproximar do periélio (Ago/2015) para recarregar baterias e recomeçar o importantíssimo programa científico.   Até mais logo, Philae!