Na noite de 20 para 21 de março, a Lua estará maior e mais brilhante que o habitual. Esta “Super Lua” é provocada pela ocorrência simultânea da fase de Lua Cheia e da presença da Lua no perigeu (ponto da órbita da Lua, em que esta se encontra mais próxima da Terra). O instante da fase de Lua Cheia ocorrerá no dia 21 de março às 01:43 horas.
A melhor ocasião para observar esta “Super Lua Cheia” , será no momento do nascimento da Lua, em que ela aparece no horizonte, ou seja, no dia 20 de março em Lisboa pelas 18:17 horas, Porto pelas 18:13 horas, Funchal pelas 18:53 horas e Ponta Delgada pelas 18:27 horas. A Lua nascerá no quadrante nordeste, no azimute 97º (contado de Sul para Este).
A Lua cheia no perigeu é 14% maior e 30% mais brilhante do que quando acontece no apogeu.
Para além disso, se for observada perto do horizonte parecerá ainda maior com um aumento extra de cerca de 5%. Este ultimo efeito é apenas uma ilusão óptica e desaparece quando a Lua sobe no céu.

Neste perigeu que ocorrerá às 19:47 horas do dia 19 de março, a Lua estará a uma distância de aproximadamente de 359 377 km da Terra. Nesta Super Lua de março os instantes do perigeu e da lua cheia estão desfasados de 29:56 horas. Veja aqui a lista das Super Luas até 2050, sendo de assinalar as Super Luas de 2031 e 2034.

Este fenómeno é cíclico, pelo que o próximo ocorrerá a 09 de março de 2020.

Para obter informação sobre os azimutes, altura e passagem meridiana da Lua consulte no nosso site a página Almanaques/Dados de 2019/ Passagem Meridiana, Altura e Azimute da Lua (Lisboa). Consulte também no nosso site os instantes do nascimento/ocaso do Sol e da Lua para as várias cidades portuguesas.

A órbita lunar

A órbita da Lua é aproximadamente uma elipse de excentricidade média 5,5%. Isso faz com que a Lua ora esteja mais perto, ora mais longe da Terra em cada mês lunar (27,3 dias). O ponto orbital mais próximo da Terra é denominado Perigeu e o ponto mais afastado chama-se Apogeu. Sendo a distância média Terra-Lua <dTL>= 384.400 km, o perigeu e apogeu médios ficam a 363 100 e 405 700 quilómetros, respetivamente.

Fig. 1 - Figura ilustrativa da órbita lunar. A excentricidade foi exagerada para melhor ilustrar o efeito.

Fig. 1 -A órbita lunar com excentricidade muito exagerada, para mostrar o conceito.

Pode ver-se na Fig. 2 a forma ‘real’ da órbita lunar, quando calculada com a força gravítica do sol e de todos os planetas do sistema solar, mas dispostos no plano da eclíptica (duas dimensões, 2D).

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Fig. 2 – Órbita lunar duma simulação do Sistema Solar completo, a 2D. (clique…)

Clique na imagem para ver uma simulação da evolução temporal da órbita lunar. Nota-se que a órbita não é uma elipse fechada e que precessa em torno do ponto médio, o centro de massa (CM) do sistema Terra-Lua. É distinguível o movimento da Terra em torno do CM. A excentricidade das órbitas varia entre 2,6% e 7,7%.

A órbita lunar e as fases da Lua

À medida que a Terra progride à volta do Sol, surge a fase de Lua Cheia quando há  um alinhamento do tipo Sol–Terra–Lua. Porém, a Lua Cheia só ocorre próxima do perigeu uma vez por ano, como se vê na Fig.3, designando-se por Lua Cheia no perigeu.

Fig. 2 - Figura ilustrativa das órbitas da Lua e da Terra com as excentricidades exageradas. A figura mostra a fase de Lua cheia em várias posições da órbita da Lua em torno da Terra.

Fig. 3 – A fase de Lua Cheia em várias posições da órbita lunar (com excentricidade exagerada).

Habitualmente a Lua passa no perigeu com outras fases de iluminação (ver Fig.4).

Fig. 3 - Figura ilustrativa das órbitas da Lua e da Terra com as excentricidades exageradas. A figura mostra as fases da Lua no perigeu em várias posições da órbita da Terra em torno do Sol.

Fig. 4 – Algumas fases da Lua quando está no perigeu, em função da órbita terrestre.